Presidente da Anatel, Carlos Baigorri. Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil.
Em conversa com o Legal Grounds Institute, na última sexta-feira (14), o presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Carlos Baigorri, explicou que a tecnologia blockchain poderá ajudar no combate a fake news.
Segundo Baigorri, a Anatel surgiu como um órgão regulador em um contexto em que o Brasil ainda buscava garantir o acesso dos brasileiros ao telefone fixo. Com a evolução das tecnologias, ele entende que a Anatel conseguiu cumprir sua missão e até além, visto que conseguiu ajudar na telefonia móvel e acesso à internet.
Contudo, com novas inovações, Baigorri lembrou que a Anatel deve repensar para o futuro sobre sua função, podendo atuar como um futuro regulador do cenário digital, ou até fazer parte de um novo órgão que cuide do tema.
Conforme publicação do Livecoins, a Anatel começou em 2023 uma pesquisa em Web 3.0, com soluções em blockchains e tokens, em parceria com a UFG.
Em evento na última sexta-feira (14), o presidente da Anatel declarou que uma das soluções em blockchain que pode sair do estudo envolve o combate a fake news. Nos últimos anos, as notícias falsas circulam pela internet e causam danos para a população, inclusive com ameaças ao estado democrático de direito.
Com o uso da blockchain, os pesquisadores podem ajudar a lançar uma solução de combate a fake news. Baigorri lembrou que a Anatel é uma máquina pública, que inclusive trabalha como poder de polícia, que pode no futuro atuar mais contra a fake news no futuro, caso novas regulações sobre o tema liberem o órgão público a assim agir.
“Temos um projeto em conjunto com a Universidade Federal do Goiás para fazer pesquisas em Web 3.0. E um dos principais pilares da Web 3.0 é o blockchain. O blockchain é uma solução tecnológica, basicamente que, usa algoritmos de geração de consenso descentralizado. No caso do bitcoin, que é o caso mais tradicional de blockchain, é o Proof-of-Work que é o mecanismo de consenso. Quando a gente olha para o Ethereum que lançou sua versão 2.0, lá ele usa outro algoritmo que usa o Proof-of-Stake.
Fechamos parceria com a federal do Goiás, para que eles façam uma pesquisa acadêmica e elaboração de um protótipo, uma prova de conceito, para criar uma solução de blockchain, baseado no algoritmo de Proof-of-stake, para identificação de forma descentralizada de fake news e desinformação. Porque aí você sai da lógica de ter uma autoridade central que tem um carimbo que fala o que é verdade e o que é mentira. Aí você tem uma solução de uma comunidade aberta, multi stakeholder, que essa comunidade de forma descentralizada por meio de mecanismos definem e colocam flags para fizer o que é potencialmente ou não fake news.”
Baigorri lembrou que o Proof-of-Stake pode ser um melhor caminho de combate a fake news, e que a Anatel tem observado de perto as soluções.
Após anos estudando sobre tecnologias, Carlos Baigorri destacou na última sexta que durante a pandemia que chegou a realizar um MBA em Inteligência Artificial. Recentemente, ele baixou e realizou testes com o ChatGPT, popular aplicativo que chama atenção em todo o mundo.
Contudo, ele não acredita que a inteligência artificial é uma ameaça hoje, nem defende que o estado limite o acesso a ferramentas. Vale lembrar que o próprio ChatGPT começou a ser proibido em alguns países, dentre eles Itália e China.
Mas para o presidente da Anatel, tudo relacionado a inteligência artificial envolve base de dados, e embora o regulador não esteja regulando, segue atento aos movimentos do mercado.
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