Logo depois do resultado das eleições da Argentina serem divulgados, neste domingo (27), o Banco Central da República Argentina decidiu aumentar o controle cambial para pessoas físicas: a partir de hoje, todos os cidadãos argentinos só poderão comprar US$ 200 por mês. Desta maneira, em vez do limite de US$ 10.00 anunciado desde 1º de setembro, agora as pessoas só podem comprar pouco mais de R$ 798,00 por mês em dólares, em cotação atual.
O objetivo da medida, segundo o Banco Central, é buscar aliviar a pressão sobre o preço do dólar no país e evitar a drenagem adicional das reservas, que chegaram a US$ 43.503 milhões na sexta-feira.
A tentativa de controle da fuga de capitais não é algo exclusivo da Argentina, visto que a China adota a prática há muito tempo, impedindo que cidadãos Chineses tenham acesso a investimentos diversificados da economia.
Argentina: a nova Venezuela da América Latina?
O resultado das eleições presidenciais da Argentina marcaram a vitória de Alberto Fernández, com 48% dos votos. Já em segundo lugar, entre os mais votados, Maurício Macri não levou dessa vez e marcou 40,4% dos votos. Assim, a ex-presidente Cristina Kirchner é eleita a vice de Fernández.
Para muitos Argentinos, o retorno do de Alberto Fernández não traz perspectivas nada agradáveis para o futuro do país, que mostrou nas urnas que tem uma população bastante dividida. Fernández havia declarado em campanha que “não mexeria no depósito de dólares das pessoas“, se referindo ao “corralito”, onde em 2001 todas as pessoas tiveram seus dólares convertidos em peso argentina contra a própria vontade. Assim, muitos Argentinos perderam poder de compra com a medida. Logo, Argentinos enfrentam o fantasma e transtornos da inflação e da desvalorização cambial há anos.
Seria essa já uma precificação de uma forte desvalorização da moeda Argentina, como aconteceu na Venezuela? Vamos lembrar que o Bolívar (que já trocou de “sobrenome” várias vezes), teve uma inflação registrada de mais de “1 milhão porcento”, isso mesmo, você não leu errado. A população Venezuelana simplesmente viu o seu poder de compra se esvair a uma velocidade absurda.
Alta demanda por Bitcoin na Argentina
A Argentina é um dos países da América Latina que apresentou maior busca por Bitcoin nos últimos meses. Além disso, com tanta demanda, em Agosto, o preço do Bitcoin no país disparou, chegando a valer US $12.300, enquanto a média global era de $11.300.
Concluindo, o Bitcoin mostra que é um refúgio natural para reserva de valor que é acessível e imparável. Bancos Centrais nunca poderão definir “um limite para compra de Bitcoin”, visto que a moeda funciona de forma descentralizada e pode ser negociado entre pessoas diretamente, sem nem mesmo depender de exchanges que podem estar sujeitas as leis e regras fiscais.
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