Após o então Ministro da Economia da Argentina, Martín Guzmán, renunciar ao cargo no último sábado (2), o volume de negociações de criptomoedas no país vizinho do Brasil aumentou consideravelmente, mostrando uma fuga da população para uma moeda sem relação com o governo local.
Em uma carta pública pelo seu Twitter, o ministro disse que segue confiando em sua visão e que deverá continuar trabalhando pelo futuro do país.
“Com a profunda convicção e confiança em minha visão do caminho que a Argentina deve seguir, continuarei trabalhando e agindo por uma Pátria mais justa, livre e soberana.”
Con la profunda convicción y la confianza en mi visión sobre cuál es el camino que debe seguir la Argentina, seguiré trabajando y actuando por una Patria más justa, libre y soberana. pic.twitter.com/rJQ5w0argQ
— Martín Guzmán (@Martin_M_Guzman) July 2, 2022
Mas a saída abrupta do ministro da Economia foi considerada de alto risco pela população, visto que ele pula do barco em meio a uma grande crise do país, que vive alta generalizada dos preços, conhecida inflação.
Após saída inesperada do ministro da Economia na Argentina, população corre para criptomoedas
Com indefinições no governo de Alberto Fernández, principalmente no setor da Economia, a população argentina desconfiada acabou migrando com força para as criptomoedas.
De acordo com informações do BATimes, a cotação das criptomoedas aumentaram em várias corretoras, inclusive na Binance Argentina. Em outras corretoras como Lemon Cash, a criptomoeda Tether (USDT) valorizou 11% em poucas horas.
Essa moeda estável em Dólar é uma das principais formas pelas quais a população tenta proteger seu poder de compra no longo prazo, visto que a moeda nacional tem perdido valor a cada mês.
Como o ministro da Economia só pediu para sair no sábado, os mercados de criptomoedas foram os únicos disponíveis para negociações de dólares e ativos financeiros.
Crises recorrentes apresentam criptomoedas para população
A situação argentina em sua economia já chama atenção de sua população para um tema importante: proteção de patrimônio e hegde cambial.
Como a moeda nacional passa por frequentes desvalorizações, quem não procura alocar parte do patrimônio em recursos no exterior arrisca perder poder de compra. Em junho de 2022, por exemplo, a inflação da Argentina alcançou 60% em 12 meses, o maior valor dos últimos 30 anos.
Ou seja, ao procurar alternativas para proteção de patrimônio, a população do país conhece cada vez mais as criptomoedas e, segundo um recente estudo da Chainalysis, a Argentina está entre os 10 maiores países em adoção de moedas digitais.
Para tentar conter a nova desconfiança da população, o presidente anunciou a substituta da Economia ainda no domingo (3), com a nova ministra sendo Silvina Batakis. Ela comandou a economia de Buenos Aires entre 2011 e 2015, no governo municipal de Daniel Osvaldo Scioli.