As pessoas estão obcecadas por Bitcoin? A psicologia explica

“O dinheiro é uma tecnologia que nos permite sonhar com o futuro”.

O Bitcoin voltou a ser “o centro das atenções” após ultrapassar seu recorde de 20 mil dólares. A moeda digital registrou um novo recorde no início de 2021, alcançando a incrível marca de US $ 42 mil. Atualmente a criptomoeda está sendo negociada por cerca de US $ 32.000.

De acordo com analistas, a atual valorização do Bitcoin tem sido diferente da que foi registrada em 2017, segundo eles, a recente alta se deu graças a entrada das principais instituições financeiras no mercado de criptomoedas.

Segundo JP Morgan, no longo prazo, se a capitalização de mercado do Bitcoin for elevada o bastante para disputar com o ouro, é provável que o preço do bitcoin alcance os US $ 146.000.

Contudo, para alguns o Bitcoin se tornou mais do que apenas uma criptomoeda, se tornando um vício, sendo quase incontrolável o desejo de olhar o valor da criptomoeda a cada instante.

Veja abaixo algumas razões comportamentais e psicológicas para isso.

Parte de sua identidade

Em dezembro de 2020 o bilionário Mark Cuban disse à Forbes que o Bitcoin é “mais uma religião do que solução para qualquer problema”.

Vale destacar que os “entusiastas” ou “fanáticos” por Bitcoin têm suas próprias “gírias”, são siglas e frases que caracterizam uma “tribo”.

Palavras como “hold”, “baleia”, além de conferências sobre Bitcoin e criptomoedas que atraiam milhares de participantes. Essa “tribo” tem até um carro preferido para comprar quando o Bitcoin “chegar na lua”, a “Lambo” (também conhecido como Lamborghini).

Palavras comuns criptomoedas
Palavras comuns criptomoedas

Segundo Finn Breton, que é professor de ciência e tecnologia da University of California e autor do livro “Digital Cash: A história desconhecida dos anarquistas, utópicos e tecnólogos que criaram a criptomoeda”, a “cultura em torno do Bitcoin faz parte do apelo”.

Para ele, “quando você compra bitcoin, está na verdade comprando uma cena inteira”, explicou Breton. “E é uma cena que pode fazer parte da sua identidade.”

Brenton alega que apesar de empresas e instituições estarem se interessando pelo Bitcoin, a maioria dos investidores comuns veem o investimento em criptomoedas como algo subversivo, sendo assim as pessoas que estão investindo em Bitcoin querem ser vistas como revolucionárias ou participantes da contracultura. Explicou ele à CNBC.

Popularidade nas redes sociais

Atualmente diversas celebridades são investidores em Bitcoin, existe uma comunidade fortemente engajada no Twitter, TikTok e Reddit, as redes sociais têm sua parcela de contribuição no aumento da popularidade da criptomoeda.

Para Lana Swartz, professora assistente de estudos de mídia na Universidade da Virgínia e autora de “New Money: Como o pagamento se tornou uma rede social”, “de repente, há uma nova maneira de ver, investir e ter uma identidade própria como participante no mercado financeiro”, explicou ela.

As plataformas de redes sociais também podem influenciar comportamentos, segundo explicou Utpal Dholakia, professor de marketing da Rice University.

Utpal realizou uma pesquisa sobre a tomada de decisões financeiras do consumidor, a pesquisa revelou que durante as interações nas redes sociais quando as pessoas conversam sobre investimentos, geralmente elas tendem a se tornar mais preocupadas com os tipos de investimentos que estão realizando.

A emoção da volatilidade

Investidores famosos como Kevin O’Leary e Jim Cramer costumam comparar a compra de Bitcoin a uma visita a Las Vegas. Warren Buffett, outro famoso investidor, crítico do Bitcoin, já comparou o investimento em criptomoedas com “jogos de azar”.

É exatamente como um jogo, “algumas pessoas certamente gostam dessa emoção”, disse Dholakia.

Bitcoin grafico 23 01 2021
Bitcoin grafico 23 01 2021

Para Tom Meyvis, professor de marketing da Leonard N. Stern School of Business da Universidade de Nova York, acompanhar o preço das ações é algo que pode se tornar chato, de acordo com ele “investimento em Bitcoin é empolgante porque sempre há algo acontecendo”. “Você pode verificar 10 vezes por dia e o preço sempre vai ter mudado.”

Outro fator importante para a adoção do Bitcoin é que especialmente os jovens que cresceram num mundo com videogames e redes sociais estão condicionados a buscar uma gratificação instantânea e ciclos acelerados, explicou Swartz. Por isso se sentir interessado por investimentos de alto risco e alta recompensa como Bitcoin “faz todo o sentido”, explicou ela.

FOMO fear of missing out” (medo de ficar de fora)

De fato há um entusiasmo das pessoas em fazer de uma tecnologia que pode realmente mudar o mundo. Aliado a isso ainda têm os entusiastas dessa nova tecnologia apontando que o preço do Bitcoin pode chegar a marca de US $ 200.000 nos próximos anos, e com grandes instituições entrando nesse novo tipo de investimento, há um temor de ficar de fora.

Todos os dias vemos histórias de pessoas que ficaram milionárias com Bitcoin. “As pessoas focam mais nos prós do que nos contras”, disse Meyvis. Portanto, para ele é fácil se deixar ser influenciado pelas possibilidades que “acompanham o Bitcoin”.

Dar esperança

Segundo Swartz, “o dinheiro é uma tecnologia que nos permite sonhar com o futuro”.

O entusiasmo em torno do Bitcoin, principalmente entre os jovens, demonstra que as pessoas se sentem “excluídas por não terem o tipo de ativos que lhes permitiria gerar qualquer forma de riqueza”, explicou Breton. Segundo dados do Federal Reserve, os millennials, que são as pessoas nascidas entre 1981 e 1996, detinham apenas 4,6% da riqueza dos EUA até o primeiro semestre de 2020.

“Quando olhamos para a febre em torno do Bitcoin, realmente precisamos entender que, em parte, isso está acontecendo porque não existem mecanismos confiáveis ​​e não especulativos pelos quais as pessoas que ainda não têm acesso a um grande parte da riqueza pode produzir riqueza no longo prazo”, explicou Breton.

“E de fato isso é uma verdadeira amostra da maneira como atualmente esses jovens veem as coisas.”. Finalizou.

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Diego Marques
Diego Marques
Começou em 2016 como um dos primeiros redatores do Guia do Bitcoin. Diego tem preferência por notícias que podem influenciar o preço das criptomoedas, mas também gosta de escrever curiosidades do cripto-universo.

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