De acordo com um estudo recente, as baleias seguem acumulando Bitcoin, mesmo com preço em alta. Ainda que muitas sigam surgindo, a moeda digital pode estar descentralizada nas mãos de várias pessoas.
Conduzido pela Glassnode, o estudo aponta que as chamadas baleias são aquelas pessoas que detém entre 1 mil e 5 mil Bitcoins. Ou seja, são usuários de criptomoedas com capacidade até de abalar o preço do Bitcoin em corretoras.
O estudo afirmou que há um mal-entendido em muitas citações de baleias, que alguns erram em considerar corretoras e mineradores de Bitcoin. Dessa forma, a Glassnode excluiu os endereços desses atores do ecossistema, de modo a entender melhor o comportamento das baleias.
Cabe o destaque que muitas empresas compram Bitcoin. A Tesla, por exemplo, comprou mais de 30 mil moedas, sendo assim considerada uma baleia-jubarte pela Glassnode, ao possuir mais de 5 mil bitcoins.
Baleias seguem acumulando Bitcoin e preço mantém alta
Desde a última segunda o mercado de criptomoedas analisa e digere a compra de Bitcoin feita pela Tesla. Ao disparar US$ 9 mil em apenas 24 horas, a moeda digital alcançou a maior valorização diária da história.
A expectativa dos fãs do Bitcoin é que a entrada da Tesla legitime o mercado perante empresas. Caso não, poderia abrir o caminho para a legitimidade do setor, que ainda não é regulamentado em muitos países.
Com empresas comprando muito Bitcoin, novas baleias têm surgido no mercado nos últimos meses. De acordo com a Glassnode, as baleias seguem acumulando a moeda, mesmo com a alta.
Essa acumulação das baleias não torna o Bitcoin uma moeda concentrada nas mãos de poucos. Segundo o estudo da Glassnode, a distribuição em endereços continua dispersa.
71,5% de todo o Bitcoin criado está concentrado nas mãos de 2% dos usuários da rede
Esse estudo pode ser considerado uma atualização de um levantamento recente feito pela Bloomberg.
Em novembro de 2020, quando o Bitcoin ainda se aquecia para romper a alta histórica, a Bloomberg apontou que a moeda digital estaria concentrado nas mãos de poucos usuários.
Dessa forma, em novembro, o mercado acreditava que 2% dos usuários de Bitcoin detinham 95% de todas as moedas. Essa informação preocupou muitos, mas o estudo foi refeito agora em 2021.
Segundo a Glassnode, a Bloomberg não desconsiderou os mineradores e corretoras em seu estudo. Ou seja, com grandes volumes, o levantamento havia mostrado uma acumulação maior que a realidade.
Com isso, a Glassnode aponta que hoje os 2% das entidades da rede controlam 71,5%, e não 95% como foi demonstrado recentemente. A Glassnode considerou que há uma diferença muito grande entre os valores.
Ainda sim, muitos Bitcoins já foram perdidos, empresas já prestam serviços de custódia para outras empresas, entre outros fatores. Então, mesmo os 71,5% poderiam ser uma estimativa, no limite superior, que indica a acumulação de Bitcoin por poucos usuários, as chamadas baleias.
Por fim, a Glassnode aponta que a nova onda de adoção institucional, será comum o surgimento de baleias de Bitcoin. A última foi a Tesla, mas a maior baleia pública é a MicroStrategy, com 70 mil Bitcoins (R$ 17 bilhões hoje).