O chefe da divisão de criptomoedas da Mastercard, Raj Dhamodharan, fez uma previsão nada otimista para a emissão de CBDCs por bancos centrais em 2025, como o Drex, por exemplo.
De acordo com ele, o ano será o primeiro a remover as discussões globais de novos ativos digitais emitidos por bancos centrais para o varejo. No entanto, dentro do setor bancário, as discussões devem crescer, com CBDCs funcionando apenas entre bancos e instituições financeiras.
No Brasil, o Drex é um caso de CBDC que está em estudo pelo banco central, que nos últimos dias tentou se afastar do termo, ainda que ligações com “moeda digital de banco central” ainda conste nas documentações.
Apesar de dizer que Drex não é uma CBDC, site do Banco Central do Brasil diz que Drex é sim uma CBDC. pic.twitter.com/a9fPcPWa1K
— Livecoins (@livecoinsBR) February 8, 2025
“Bancos centrais vão se afastar de CDBCs e focar em produtos para bancos”
A previsão de Raj começa lembrando que o termo CBDC foi um dos principais em debates de banqueiros centrais nos últimos anos. Contudo, sua viabilidade tecnológica não é uma prioridade mais para as instituições.
Uma das principais influências para o processo é a ascensão de Donald Trump a presidência dos EUA, diz o especialista da Mastercard. Isso porque, o presidente norte-americano deixou claro em sua campanha e quando assumiu seu novo mandato que não gosta de CBDCs.
“Há apenas alguns anos, muitos bancos centrais do mundo estavam analisando a viabilidade de emitir suas próprias moedas em formato digital. Hoje, mais e mais bancos centrais concluíram que o setor privado está inovando bem por conta própria e que as moedas digitais do banco central voltadas para o público em geral não precisam ser uma alta prioridade. Na verdade, outro elemento da ordem executiva de Trump sobre ativos digitais proíbe o desenvolvimento e a emissão de CBDCs, chamando-as de uma ameaça à estabilidade do sistema financeiro.”
Assim, o chefe de criptomoedas da Mastercard declarou que o ano de 2025 deve se afastar de criações similares focadas no varejo, focando apenas no mercado de atacado, segundo ele.
“Em 2025, espero que mais bancos centrais sigam essa tendência, afastando-se dos CBDCs focados no consumidor, conhecidos como CBDCs “de varejo”. Mas eles continuarão a buscar ativos digitais voltados para o setor bancário e outras instituições financeiras, também conhecidos como CBDCs “de atacado”. Esses CBDCs podem aumentar fundamentalmente as capacidades de liquidação institucional e permitir a movimentação mais rápida de capital entre jurisdições,” diz Raj.
Caso sua previsão se confirme, o Brasil pode ser um dos países impactados, visto que é um dos principais a criar uma CBDC. De qualquer forma, não está claro se há planos de mudanças na autarquia brasileira, que segue sob olhar atento do público.
“Mercado de criptomoedas está mais forte”
Se o mercado de CBDCs começa a cambalear, o mercado de criptomoedas está cada vez mais forte na visão do especialista da Mastercard.
“A indústria de criptomoedas agora está em uma base mais forte. Os jogadores ruins foram expulsos do espaço (ou caíram espetacularmente). O acesso mais fácil aos ativos digitais atraiu mais investidores comuns, e isso, por sua vez, chamou a atenção de jogadores financeiros tradicionalmente avessos ao risco, como empresas de fundos mútuos,” diz ele.
Assim, tudo indica que o cenário previsto para os próximos meses, na visão de especialistas de grandes empresas, segue em alta, para criptomoedas e a tecnologia blockchain também.