BC da Argentina proíbe bancos de vender bitcoin

Apenas dois dias após duas instituições anunciarem início de suporte à tecnologia.

O Banco Central da Argentina proibiu que as instituições financeiras comecem a vender bitcoin e outras criptomoedas. A nova medida está sendo anunciada como forma de proteção aos investidores.

Na América Latina, um dos países que registra pior inflação é a Venezuela, mas a Argentina também tem um histórico ruim para o Peso. Ou seja, a perda do poder de compra desses países empurram a população a buscar novas formas de proteção patrimonial.

Nos últimos anos, o Dólar era a principal forma de buscar tal proteção, visto que o Peso segue perdendo valor contra a moeda norte-americana. Contudo, com essa perdendo força internacional, as criptomoedas, principalmente bitcoin e Tether, começaram a despontar como novidades promissoras.

BC da Argentina proíbe bancos de venderem bitcoin, e agora?

O Banco Central da Argentina tomou mais uma medida contra a inovação financeira das criptomoedas em seu país. Surpreendentemente, isso ocorre após dois dias de anúncios feitos por bancos locais.

Segundo divulgado pela autoridade, os bancos e instituições financeiras argentinas estão proibidas de venderem bitcoin para seus clientes, ao chamar estes de “criptoativos”.

“A medida ordenada pelo Conselho de Administração do BCRA visa mitigar os riscos associados às operações com esses ativos que possam ser gerados para os usuários de serviços financeiros e para o sistema financeiro como um todo.

Os diferentes atores envolvidos nas operações com esses ativos podem não estar estabelecidos no país, o que pode gerar desvios da regulamentação geral, considerada o BCRA.”

Após proibir as operações com bitcoin, o BCAR lembrou que emitiu há poucos meses um alerta geral ao mercado sobre os riscos deste. Alguns seriam lavagem de dinheiro, descumprimento da lei cambial, falta de garantias, entre outros.

Nos últimos dias, tanto o Banco Galícia quanto o Brubank anunciaram o suporte a venda de bitcoin e outras criptomoedas. Essa ação das instituições pode ter ligado o alerta no banco central local, que não demorou a proibir o comércio de uma moeda concorrente ao Peso.

O que restrições de moeda já ensinaram para o governo da Argentina?

É importante lembrar que a nova restrição imposta do bitcoin e o mercado de criptomoedas chama atenção por não ser a primeira contra uma moeda não emitida pelo BCAR. Isso porque, a Argentina já conduziu um movimento similar no país com relação ao Dólar.

Assim, a compra e venda de Dólar por meios oficiais em instituições financeiras é restrita no país. A medida também foi anunciada como forma de proteção pelas autoridades.

Contudo, ao ver tais restrições, várias pessoas começaram a operar no câmbio paralelo, que é chamado de Dólar Blue no país. Além disso, o Mercado Livre, empresa que tem sede no país, quando comprou bitcoin como reserva de valor deu como justificativa justamente essa restrição de compra de Dólar para reforçar sua medida.

Ou seja, é possível que restringir o acesso ao bitcoin na Argentina tenha um efeito contrário do que deseja o BCAR. De qualquer forma, apenas os bancos e instituições reguladas não poderão vender criptomoedas, sendo que em corretoras tudo continua normal.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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