BCB apresenta o piloto do Real digital e novas diretrizes da moeda

Coordenador explicou que embora a nova moeda do Brasil possa ter no futuro operações offline, o foco no primeiro momento é para transações online.

O Banco Central do Brasil (BCB), apresentou nesta segunda-feira (6), em coletiva aberta ao público, o piloto do Real digital, que começa a partir de março de 2023. Na apresentação, membros do BCB e do Tesouro Nacional Federal participaram da cerimônia.

A primeira fala, realizada pelo coordenador Fabio Araujo, apresentou as novas diretrizes do Real digital, que atualizam aquelas divulgadas em 2021.

Com o piloto sendo apresentado nesta segunda, a data se torna um marco para o início dos trabalhos da nova moeda do Brasil.

Foco inicial do piloto do Real digital envolve testes com o Tesouro Público Federal

O Real digital enfim começa a se tornar uma realidade, na prática, após dois anos de estudos sobre diversas tecnologias pelo Banco Central do Brasil.

Com o lançamento oficial do piloto, o Banco Central do Brasil divulgou as cinco diretrizes principais da fase atual. São elas: DLT Multiativo, Transações Simuladas, Fragmentação de Ativos, Acesso a Serviços por meio de IFs e Decisões Tecnológicas e negociais.

E um dos primeiros testes realizados com a tecnologia do Real digital será com a emissão de Títulos Públicos Federais. Durante o período de testes, todas as transações serão simuladas entre os participantes, em todas as suas etapas.

Diretrizes para o Piloto RD, do Real digital
Diretrizes para o Piloto RD, do Real digital. Reprodução.

Além disso, durante a fase do piloto, o Real digital pode testar a fragmentação de ativos, democratizando o acesso ao mercado financeiro.

Durante a construção da plataforma, o BCB, único a decidir sobre a tecnologia da moeda soberana, espera dialogar com a CVM, mostrando a tecnologia em tempo real.

Mais diretrizes para o Piloto RD
Mais diretrizes para o Piloto RD. Reprodução.

Blockchain utilizada pelo Real Digital no piloto é a Hyperledger Besu, mas pode mudar

Para os primeiros testes com o Real digital, o Banco Central do Brasil trabalha com o Hyperledger Besu.

De acordo com o responsável pela construção da tecnologia, o suporte, a comunidade, o fato da tecnologia DLT ter seu código aberto, ser permissionada e com compatibilidade ao Ethereum Virtual Machine (EVM), fez a tecnologia se mostrar promissora.

Real digital fará testes em Hyperledger Besu, que tem ligações com Ethereum e é uma DLT permissionada
Real digital fará testes em Hyperledger Besu, que tem ligações com Ethereum e é uma DLT permissionada. Reprodução.

Nas próximas fases, o BCB marcou um Workshop para Abril de 2023, onde será possível comunicar sobre o projeto ao mercado. Até maio de 2023, a autarquia pretende realizar a incorporação dos participantes.

Assim, a expectativa é a de que até dezembro de 2023, todo o piloto do Real digital seja finalizado. Até fevereiro de 2024, as transações de Títulos Públicos Federais devem estar disponíveis com a plataforma Real digital.

Após a entrega, de março de 2024 em diante, o banco central quer amadurecer a tecnologia da moeda digital para disponibilizar ao público a nova moeda soberana do Brasil, em formato CBDC.

Por fim, Fabio Araujo declarou que os testes iniciais do Real digital serão avaliados, e a equipe está comprometida com a construção da nova tecnologia.

Assim, mesmo se os testes não se mostrarem satisfatórios, a tecnologia será reavaliada para um caminho que permita a conclusão e entrega do projeto, seguindo todas as diretrizes propostas.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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