Em um duro discurso contra a Rússia, Coreia do Norte e China, o presidente dos EUA, Joe Biden declarou uma nova etapa da guerra contra hackers que utilizam criptomoedas em seus crimes.
O discurso de Biden, divulgado pela Casa Branca na última sexta-feira (18), deixa claro que o presidente continua atento aos crimes de ransomwares. Nos últimos anos, várias empresas dos EUA foram alvos de criminosos e tiveram pedidos de resgate em criptomoedas.
A prática tem deixado o atual presidente norte-americano irritado com países do “bloco comunista”, os principais suspeitos de operaram os crimes. A Coreia do Norte, chamada por Biden de RPDC, é a principal operadora de crimes com criptomoedas na mira dos EUA.
Biden endurece discurso contra hackers das criptomoedas que atacam empresas dos EUA
Começando seu discurso com alegria e chamando o Japão e Coreia do Sul de “aliados indispensáveis”, o presidente dos EUA reforçou seu compromisso de se manter próximo dos governos. Participaram do encontro o presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, e o Primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida.
O encontro histórico aconteceu em Camp David, Maryland, reunindo três líderes de grandes potências mundiais.
Durante sua fala, Biden aproveitou a oportunidade para criticar a Rússia por sua guerra contra a Ucrânia, assim como a ameaça da China contra Taiwan. As tensões no oriente passam sob o olhar atento tanto dos EUA, quanto dos países membros da OTAN.
Com os representantes do Japão e Coreia do Sul, Biden disse que pretende se reunir anualmente com os aliados, para organizar o que chamou de defesa trilateral da região Indo-Pacífico.
Contudo, ele também pretende ampliar os esforços contra os hackers norte-coreanos, que se utilizam das criptomoedas em seus crimes contra outros países. A intenção é a de criar uma coalização que cuide diretamente da ameaça cibernética.
“E hoje, reafirmamos – todos reafirmamos nosso compromisso compartilhado de manter a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan e abordar a coerção econômica. Continuaremos a combater as ameaças da RPDC, incluindo a lavagem de dinheiro com criptomoedas no valor de bilhões de dólares; potencial transferência de armas em apoio à guerra brutal da Rússia contra a Ucrânia. E juntos – juntos, vamos defender o direito internacional, a liberdade de navegação e a resolução pacífica de disputas no Mar da China Meridional.”
Presidente da Coreia do Sul diz que “momento é histórico para a nova ordem internacional baseada em regras”
Defendendo o estado de direito, os direitos humanos e liberdade, o presidente sul-coreano declarou que a reunião nos EUA representou um momento histórico para a humanidade. Isso porque, os três países fortaleceram o que ele chamou de “ordem internacional baseada em regras”.
“A partir deste momento, Camp David será lembrado como um lugar histórico onde a República da Coreia, os Estados Unidos e o Japão proclamaram que fortaleceremos a ordem internacional baseada em regras e desempenharemos papéis importantes para aumentar a segurança e a prosperidade regionais com base em nossos valores compartilhados de liberdade, direitos humanos e estado de direito.”
Já o primeiro-ministro do Japão reforçou que a ordem internacional baseada em regras passa por dificuldades, então, a reunião entre os países ajuda ao apresentar uma nova colaboração estratégica.
“No momento, a ordem internacional livre e aberta, baseada no estado de direito, está em crise. Devido à agressão da Rússia à Ucrânia, a ordem internacional é abalada desde sua fundação. A tentativa unilateral de mudar o status quo pela força nos mares do Leste e do Sul da China continua. E a ameaça nuclear e de mísseis da Coreia do Norte está se tornando cada vez maior. Sob tais circunstâncias, fazer nossa colaboração estratégica trilateral florescer e florescer é apenas lógico e quase inevitável e é necessário nesta era. Nós três aqui hoje declaramos nossa determinação de ser pioneiros na nova era da parceria entre Japão, EUA e República da Coreia.”
Ambos os representantes dos três países deixaram claro que continuarão realizando exercícios militares anuais e conjuntos, principalmente na região da Coreia do Norte.