A Binance queimou (burn) 2,25 milhões de moedas BNB, equivalentes a US $ 68 milhões, em 16 de outubro. Esta foi a maior destruição de tokens desde o início do programa, que reduz o número de BNB a serem emitidos. No entanto, o impacto na cotação foi irrelevante, mas por quê?
Bom, primeiramente precisamos entender que desde o lançamento do token BNB, era esperado um total 100 milhões em circulação, embora um total de 200 milhões tenham sido criados. A promessa inicial era que parte do lucro da exchange seria utilizado para recomprar tokens.
Havia uma outra parte destinada aos sócios e funcionários da Binance, mas também optaram por abrir mão desta fatia. Cabe notar que estes tokens tampouco chegaram a entrar em circulação.
Recompra, ou buyback, é quando uma empresa pega dólares em caixa e utiliza para comprar ações em circulação de sua própria emissão. Ou seja, neste caso ocorrem trades no mercado aberto, seja via leilão, ou atuação direta nas bolsas de valores.
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Malandramente, CZ, fundador da Binance, optou por queimar moedas que nunca estiveram em circulação (burn). Deste modo, não há desembolso de caixa algum na operação. No início, a estratégia rendia resultados, já que o mercado não sabia avaliar o efeito dessa operação.
Repare como não há mudança de tendência nos dias ou semanas próximos das datas de queima (burn). No máximo, percebe-se uma tentativa de pump nos dias anteriores ao evento, porém a cotação se ajusta nas semanas seguintes. Isto mostra um amadurecimento do mercado.
Na realidade, fazer um cálculo do valor de mercado desses tokens é uma tarefa quase impossível. Parte disso ocorre pois a própria rede Smart Chain ainda está sendo desenvolvida, além do crescente ecossistema Binance, que irá trazer novas funcionalidades para o token.
Como avaliar o token BNB?
Minha sugestão é comparar com a capitalização de mercado do Ethereum (ETH), já que ambos concorrem nas áreas de exchanges descentralizadas (DEX) e aplicações utilizando smart contracts.
Lembrando que CZ destinou US$ 100 milhões para auxiliar projetos no desenvolvimento de sua rede, focado na área de finanças descentralizadas (DeFi).
O principal risco da Binance atualmente é da exchange ser alvo de operações do Departamento de Justiça dos EUA em função de sua permissividade com contas anônimas.
No entanto, caso a mesma consiga capturar parte do mercado de Finanças Descentralizadas, seu token poderá facilmente voltar para 15% do valor de mercado da Ethereum.
Em suma, o maior desafio do BNB é reduzir sua exposição à exchange Binance, por incrível que pareça.