BlackRock recomenda alocação de 2% em Bitcoin e faz alerta: “potencial de US$ 50 bi”

Os analistas que assinam o relatório argumentam que o Bitcoin, com uma capitalização de mercado de US$ 2 trilhões, oferece um perfil de risco semelhante ao das ações de empresas conhecidas como "7 magníficos", que incluem gigantes como Nvidia, Amazon e Apple.

Com o Bitcoin ultrapassando a marca de US$ 100.000, a BlackRock, maior gestora de ativos do mundo, anunciou uma nova abordagem em sua estratégia de investimentos.

Um relatório recente do BlackRock Investment Institute, intitulado “Dimensionando Bitcoin em Portfólios”, recomenda que investidores considerem alocar entre 1% e 2% de seus portfólios tradicionais “60/40” em Bitcoin, destacando o potencial da moeda digital como ferramenta de diversificação.

Os analistas que assinam o relatório argumentam que o Bitcoin, com uma capitalização de mercado de US$ 2 trilhões, oferece um perfil de risco semelhante ao das ações de empresas conhecidas como “7 magníficos”, que incluem gigantes como Nvidia, Amazon e Apple.

Embora essas empresas gerem receitas através de produtos e serviços, o Bitcoin funciona essencialmente como uma reserva de valor, diz a maior gestora de ativos do mundo.

Demanda potencial de US$ 50 bilhões

Se 1% dos US$ 5,2 trilhões em ações sob gestão da BlackRock fossem direcionados ao Bitcoin, isso geraria uma demanda adicional de US$ 50 bilhões para o ativo digital.

Nos últimos 12 meses, o preço do Bitcoin subiu mais de 130%, superando o crescimento de 32% do S&P 500. Essa performance reforça sua atratividade como ativo alternativo, apesar de sua volatilidade inerente.

“Bitcoin não pode ser comparado a ativos tradicionais. Mas, do ponto de vista da construção de portfólio, o grupo “magnificent 7” de ações de tecnologia, em sua maioria de mega capitalização, é um ponto de partida útil. Essas ações representam participações individuais no portfólio que correspondem a uma parcela comparativamente grande do risco do portfólio, assim como o Bitcoin. Em um portfólio tradicional com uma mistura de 60% de ações e 40% de títulos, essas sete ações, em média, correspondem à mesma parcela do risco total do portfólio que uma alocação de 1–2% em Bitcoin. Achamos que esse é um intervalo razoável para exposição ao Bitcoin. Por que não mais? Ir, além disso aumentaria a participação do Bitcoin no risco geral do portfólio.” diz a BlackRock.

Gestão de riscos e volatilidade

O relatório reconhece a volatilidade do Bitcoin, observando que uma alocação de 1% aumentaria o risco geral de um portfólio em 2%, enquanto uma alocação de 2% elevaria o risco para 5%.

Alocações mais altas poderiam amplificar desproporcionalmente esse risco, chegando a 14% para uma participação de 4%. Por isso, a recomendação é limitar a exposição a 2%.

Desde junho de 2023, o Bitcoin demonstrou uma correlação mais baixa com ações de tecnologia, anteriormente sua principal referência de mercado.

Fatores como fragmentação financeira global, tensões geopolíticas e crescente desconfiança nos bancos têm impulsionado essa dissociação, fortalecendo seu papel como ativo de proteção.

Samara Cohen, autora do relatório, explica que à medida que o Bitcoin amadurece, sua função pode se assemelhar à do ouro, sendo usado como hedge em portfólios diversificados.

Tal estratégia já trouxe resultados para a BlackRock. Desde sua parceria com a Coinbase em 2022 para oferecer acesso institucional ao Bitcoin, a empresa se consolidou como líder no mercado cripto, administrando o maior ETF de Bitcoin do mundo, o iShares Bitcoin Trust (IBIT), com US$ 50,8 bilhões em ativos sob gestão.

Com esse movimento estratégico, a BlackRock demonstra que, apesar dos riscos associados, o Bitcoin está ganhando legitimidade como ativo financeiro indispensável para investidores institucionais e gestores de portfólios globais.

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