Blockchain

Blockchain descomplicado

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Olá, eu costumo dizer que a maior inovação que o Bitcoin nos trouxe não foi a própria moeda, mas a tecnologia que garante o seu funcionamento: a Blockchain.

Como uma música em um ritmo perfeito com acordes de 10 em 10 minutos, o funcionamento da rede Blockchain garante que todas as transações submetidas para a rede sejam validadas de forma segura, um sistema que até agora tem se mostrado inviolável e inalterável, o “Santo Graal” da área da computação.

Desde a sua criação, a Blockchain do Bitcoin já adicionou 516.615 blocos, que contém todas as transações já realizadas na rede Bitcoin desde a sua criação. Atualmente o número máximo de transações que podem estar em um bloco são 4.200, mas em geral em torno de 2.000 por bloco. Você pode acompanhar em tempo real os blocos e validações no site https://bitbonkers.com, é bem interessante assistir ao vivo esse movimento.

Para entendermos como a blockchain funciona, vamos supor que o Beto quer enviar 1 Bitcoin para a Ana.

Vale lembrar que uma carteira digital de Bitcoin funciona como um cofre transparente que tem uma identificação semelhante ao código que aparece abaixo do QR-code na imagem.

Essa é a chave pública da Ana, o endereço da carteira na Blockchain, e qualquer pessoa pode transferir Bitcoins para o cofre dela apenas utilizando esse endereço como destino. No entanto, para abrir o cofre a Ana precisa utilizar a sua chave privada, e a combinação de uma chave de criptografia pública e uma privada é uma das propriedades desse sistema tão fascinente.

Para a transação que estamos simulando, o Beto vai utilizar a sua chave privada para abrir o seu cofre, e enviar para a rede Blockchain uma solicitação de transação de 1 Bitcoin para o endereço público da Ana, e é justamente a partir desse momento que começa o trabalho dos mineradores.

A transição que o Beto acabou de fazer é distribuída para a rede, juntando-se a milhares de outras transações que são submetidas para a Blockchain. Enquanto estas transações chegam para a rede, os mineradores executam o trabalho de tentar encontrar a solução de um problema matemático auto ajustável pelo próprio protocolo para que sempre a cada 10 minutos um novo bloco seja criado (e, portanto, todas as suas transações sejam incluídas de forma definitva na cadeia de blocos). A esse trabalho dos mineradores dá-se o nome de Prova de Trabalho (proof-of-work).

Quando um bloco é criado, o minerador recebe como recompensa um pequeno % da transação e novos Bitcoins são criados (atualmente o protocolo cria 12,5 Bitcoins para cada novo bloco, e a quantidade de Bitcoins recebidas diminui pela metade de 4 em 4 anos, em um processo que se chama de halving), mas é importante lembrar que dificilmente você conseguirá minerar utilizando seu computador ou notebook, essa é uma realidade do passado.

Atualmente apenas grandes pools de mineração conseguem completar essa tarefa em função do grande poder computacional empregado, e as recompensas são distribuídas proporcionalmente entre todos os participantes de acordo com o esforço computacional empregado por cada um.

Imediatamente depois que um bloco é criado a rede entra em consenso sobre todas as transações que foram naquele momento validadas, e os mineradores passam imediatamente a trabalhar para encontrar a solução matemática do bloco seguinte, e tentar receber as recompensas pelo esforço realizado.

Embora a cada 10 minutos um novo bloco é adicionado na Blockchain, uma transação como a do Beto e a Ana pode levar bem mais do que 10 minutos para ser concluída, pois de acordo com a “fila de espera” esse processo pode levar algumas horas ou até poucos dias. O Beto poderia, no entanto, “furar essa fila” aumentando o % a ser pago como fee para o minerador, pois é natural que eles priorizem transações que geram mais resultados.

Assim que a transação for concluída, O Beto terá 1 Bitcoin a menos de saldo no seu cofre transparente, e a Ana terá um pouco menos do que 1 Bitcoin no seu sofre transparente, pois um pequeno percentual foi a remuneração do minerador.

E os acordes de 10 em 10 minutos continuam tocando, as transações sendo efetivadas e os blocos adicionados à Blockchain, em um sistema equilibrado, distribuído, anônimo, baseado na confiança da rede.

Sem dúvida o Bitcoin é o primeiro e mais importante produto que a Blockchain viabilizou, mas essa é uma história que está apenas no começo!

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Fabio Junges

Certified Bitcoin Professional (CBP) pelo CryptoCurrency Certification Consortium. Doutor em Administração de Empresas, empreendedor na área de TI, professor em cursos de pós-graduação em transformação digital, blockchain e criptoeconomia, especialista em gestão estratégica, finanças corporativas, transformação digital e tecnologias disruptivas. Entusiasta de blockchain e de cenários em que as novas tecnologias mudam as organizações e as tornam melhores.

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Fabio Junges