Quando estamos imersos no mercado financeiro, acabamos associando termos, como a Blockchain e a criptografia, para ações realizadas em investimentos com criptomoedas e tokens, por exemplo. Mas a tecnologia de blocos em cadeia também está sendo usada em outros setores, como o da saúde.
Em pleno 2021, o câncer ainda é uma doença que assusta diversas pessoas, principalmente por ainda não se ter muitas informações a respeito. O medo, aliado à desinformação, leva ao preconceito. O que algumas pessoas não sabem é que todos possuem o direito constitucional de não tornar suas enfermidades públicas.
Neste domingo (01/08), a aplicação de sanções para quem descumprir a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), Lei n° 13.709 entrou em vigor. Para hospitais, ainda existem diversos desafios para garantir a segurança dos dados dos pacientes e se adaptar, tecnologicamente falando, à LGPD.
Assim, uma das soluções para resolver a questão da segurança de dados é a aplicação da Blockchain na gestão hospitalar, que já vem trazendo diversos resultados positivos, como, por exemplo, a melhora no compartilhamento de dados (como, por exemplo, o gerenciamento de consentimento e aplicação de políticas de controle de acesso).
Além disso, a Blockchain ainda ajuda na utilização dos dados armazenados em pesquisas médicas e na otimização da cadeia de abastecimento farmacêutico. Com a tecnologia aplicada, é possível trazer mais transparência, rastreabilidade e imutabilidade aos formulários.
Mas é importante ressaltar que a Blockchain, sozinha, não garante a privacidade e segurança dos dados de um hospital. Por isso, não se deve propor a Blockchain como um sistema autônomo, mas, sim, combinada com outras tecnologias de criptografia confiáveis.
Quando é realizada a validação dos dados via Blockchain, combinada com outras técnicas, todas as informações dos pacientes estão restritas aos profissionais da assistência, garantindo a segurança e confidencialidade dos dados.
Explicando de forma simplificada: através da Blockchain, um paciente oncológico é detentor de uma “criptomoeda” que contém todos os seus dados de saúde. Esses dados só podem ser autenticados por médicos e equipes autorizadas.
A Blockchain agrupa os dados do paciente em blocos imutáveis e interligados de forma encadeada (por isso o nome, cadeia de blocos). Assim, com a integração de outras ferramentas voltadas para amparar diagnósticos, como a Inteligência Artificial, a Blockchain possibilita a confiabilidade no momento do cruzamento de dados.
Esses blocos, por sua vez, são adicionados à rede após serem validados em outros computadores através de algoritmos de consenso. Em seguida, os blocos são assinados com a função criptográfica Hash, tornando ainda mais seguras e sigilosas as informações presentes. Com a Hash, é possível, facilmente, verificar se houve alteração em algum bloco da Blockchain.
Já deu para perceber que todas as informações pessoais dos pacientes estão protegidas por diversas barreiras de segurança de alto nível, não é mesmo? Mas como a Blockchain pode ajudar na humanização da saúde?
Voltando ao exemplo de pacientes oncológicos: imagine se um paciente recebe uma dosagem errada de quimioterapia ou se, devido a uma alteração nas informações do prontuário eletrônico, ele acaba sendo submetido, por engano, a exposições de radioterapia que podem comprometer todo o tratamento e até a sua integridade física. Com a segurança gerada pela Blockchain, é uma possibilidade quase impossível!