Uma empresa de análise e rastreamento de criptomoedas liberou um comunicado informando que conseguiu rastrear 7.203 bitcoins recebidos pela Braiscompany em suas contas.
O relatório da empresa Blockseer, contudo, estará disponível apenas para um de seus clientes que comprou o material com exclusividade.
De qualquer forma, as revelações do último sábado (4), conflitam com as recentes falas públicas da Braiscompany, que vinha sustentando que o dinheiro segue preso na Binance.
Qual era o principal endereço de bitcoin da Braiscompany?
O Livecoins obteve acesso ao principal endereço de bitcoin que recebeu valores de clientes da empresa de Campina Grande.
Através do 1CQTy87mxyz4x2dHQe1sNuvdZsjJPeWwtG, a Braiscompany recebeu valores de vários clientes. Com o saldo enviado de 7.203 bitcoins, fica claro que mais de 850 milhões de reais passaram nas mãos da empresa apenas neste endereço.
No entanto, para a empresa responsável pelo rastreio, os valores contradizem as versões da diretoria da Braiscompany a clientes. Ou seja, a ‘Brais’, como é conhecida, pode estar mentindo em meio aos atrasos de saques.
Desde novembro, clientes da empresa da Paraíba temem pelos atrasos, situação que piorou em 2023.
Em nota ao Livecoins, a Blockseer declarou que mais carteiras de criptomoedas foram encontradas.
“O post sobre a Braiscompany mostrou apenas uma das carteira e seu valor ‘captado’ dos investidores via bitcoin. Mas o buraco é bem mais fundo, diversos veículos, bens e moeda corrente foram dados em troca de um contrato de ‘aluguel de criptoativo’. O valor investido na empresa supera a casa do bilhão.”
Representantes da Braiscompany não foram encontrados pelo Livecoins para comentar sobre os atrasos de pagamentos a clientes, nem sobre o relatório que contradiz as informações divulgadas a clientes. O espaço permanece em aberto para manifestações.
Veja a nota completa da Blockseer sobre a situação da Braiscompany
Em nota ao público, a empresa que rastreia bitcoin deixa claro que atendeu centenas de clientes agoniados da Braiscompany. Após investigar o caso, ficou claro os problemas vividos pelos investidores.
“Nas últimas semanas, a Blockseer atendeu centenas de investidores da empresa Braiscompany. Após analisarmos mais de 200 transações feitas por clientes, chegamos até as contas da empresa.
Nota-se um fluxo (resumido na segunda imagem) entre várias carteiras em corretoras distintas e até fora delas “cloud wallets”.
Pelo presente trabalho, se identificou que a carteira principal está dentro da Binance, tendo está conta sido aberta em 2018 e teve sua última movimentação em 19/01/2023 às 03:32, transacionada, na maioria das vezes, pelo mesmo IP dos servidores da empresa.
Ao se compilar as multi-moedas dentro da conta é de se notar que a quantidade recebida soma-se uma quantia de 7203 btcs (cotação momentânea 868.9 milhões de reias) que não se encontram mais no mesmo ativo, quiçá na quantidade que a diretoria alega ter em suas comunicações públicas em redes sociais.
A análise completa, incluindo sub contas e outras exchanges ligadas a empresa, além de carteiras “clouds”, é restrita aos clientes Blockseer, que possuem acesso à todos os fundos das empresas que desejarem.”
No Instagram oficial, a empresa que conduziu a investigação divulgou na íntegra a nota após o rastreio dos bitcoins. Publicamente, a Braiscompany não comentou sobre o relatório em suas redes sociais.
