A BlueBenx foi acusada por clientes de operar um esquema de pirâmide financeira, após dificultar o pagamento de rendimentos. A empresa procurou a reportagem para esclarecer os problemas aos investidores.
Desde janeiro de 2022, quando a CVM negou um acordo com a BlueBenx, a empresa já vinha se manifestando publicamente.
No entanto, na última semana alegou aos clientes ter sido alvo de um ataque hacker e suspendeu pagamentos. Ao noticiar o caso, o Jornal da Band escutou um cliente que cogitou até que esse é um esquema de pirâmide financeira.
Corretora de criptomoedas BlueBenx muda discurso de ataque hacker: “problema foi em pool de liquidez”
Em sua primeira nota pública após o suposto ataque hacker sofrido, a BlueBenx agora não se diz mais alvo de um incidente cibernético, mas sim de golpistas.
Ao contrário do inicialmente alegado, a empresa disse negociar a listagem de seu token próprio em uma corretora. Contudo, o atendente da exchange não era real.
Mesmo assim, a BlueBenx disse ter enviado US$ 200 mil e mais 25 milhões de tokens BENX, que acabaram liquidados na pool de liquidez, drenando todos os USDT de reserva da empresa.
A empresa disse também que demitiu funcionários, restando apenas 11 pessoas na equipe, e restringiu acesso a fornecedores. A sede foi abandonada para diminuir as despesas e focar na recuperação, garante a empresa em nota ao Livecoins.
O que diz a BlueBenx sobre os pagamentos? Leia nota completa
A BlueBenx ainda comentou sobre o seu plano de reestruturação, informando que apenas 2.500 clientes foram afetados pelo problema.
Assim, o plano para pagamento dos afetados só começará a ser realizado após 2023, quando as retiradas devem começar a ser liberadas. Os clientes seguem acompanhando atentos o caso.
“Durante o mês de julho, a BlueBenx – fintech especializada em gestão de criptoativos – foi alvo de golpistas que se passaram por representantes de uma exchange em meio a uma negociação de listagem do seu próprio token, o Benx. Os supostos representantes exigiram um pagamento de US$ 200 mil, além do envio de 25 milhões de unidades do token Benx, como requisito para listar o ativo na empresa de comércio e negociação de criptoativos.
Após o pagamento e o envio dos tokens, prática de segurança e validação comum entre operações, o falso representante da instituição captou os valores e realizou milhares de transações de retiradas de liquidez nos pools onde a empresa mantinha seu token listado na DeFi, levando a um escoamento, em minutos, de toda liquidez dos ativos investidos no BlueBenx Finance, incluindo os fundos de reserva em USDT.
Por conta dessa situação, a BlueBenx tomou medidas impopulares e, por ordem de segurança e garantias para nossos investidores, realizou a demissão de parte dos colaboradores e fornecedores com acesso privilegiado, como forma de limitar o acesso às contas. Essa decisão ocorreu para que o Comitê de Gestão de Crise pudesse efetuar diligências de investigação de processos internos e externos sem quaisquer conflitos de interesse. Além disso, a empresa abriu mão de sua sede e ativos físicos para poder cumprir com suas obrigações legais e contratuais com seus clientes.
Desde esse momento, o plano passou a ser o de dar garantia, segurança e confiabilidade sobre os montantes investidos pelos investidores e tokenizar todos os bens disponíveis, incluindo saldos remanescentes e valores que serão recebidos por meio da negociação dos ativos da empresa, como softwares, equipamentos e demais bens. Tão logo esses valores sejam levantados, a empresa irá utilizá-los para cumprir com todas as obrigações com clientes e o mercado.
A BlueBenx também esclarece que dentre os seus mais de 25 mil clientes, apenas 2.500 foram afetados pelo golpe sofrido. O plano de recuperação prevê que esses clientes poderão resgatar suas aplicações a partir de 2023. Neste momento, a empresa conta com uma equipe de 11 pessoas que estão trabalhando dia e noite para honrar todos os seus compromissos.”