Bandeira do Brasil e moedas de bitcoin.
O Brasil e a América Latina são destaques de um relatório publicado pela Chainalysis nesta quinta-feira (2). Como exemplo, o estudo aponta que a região transacionou US$ 1,5 trilhão em criptomoedas entre julho de 2022 e julho de 2025.
O Brasil é o grande responsável por este número. Em relação ao total de criptomoedas recebidas, o país acumula uma soma equivalente a US$ 318,8 bilhões, equivalente a 1/3 do total da região.
Em termos de crescimento, o Brasil também aparece no topo mais do que dobrando o valor recebido em criptomoedas ano-a-ano. Instituições contribuíram para este crescimento, mas o varejo também continua forte.
Citando que a América Latina transacionou US$ 1,5 trilhão em criptomoedas nos últimos 3 anos, a Chainalysis descreve a região como “a mais dinâmica do mundo”.
Isso se deve a uma volatilidade no uso de criptomoedas, saindo de US$ 20,8 bilhões em julho de 2022 para US$ 87,7 bilhões em dezembro de 2024 e então caindo para US$ 60 bilhões no início de 2025.
“A trajetória tem sido volátil, mas inegavelmente ascendente.”
“Embora os volumes tenham esfriado levemente no primeiro semestre de 2025, com números moderando para US$ 47,9 bilhões em junho, a região permanece em um patamar significativamente mais alto do que em 2022 ou 2023, destacando o impulso duradouro por trás da adoção de cripto, apesar da volatilidade de curto prazo”, escreveu a Chainalysis.
O Brasil é o principal destaque da região, sendo responsável por 1/3 desta atividade.
“Esse aumento dramático representa uma das histórias de crescimento mais significativas na região, estabelecendo o Brasil como o líder claro de cripto na LATAM.”
Recentemente o Brasil apareceu em 5º lugar no índice de adoção de criptomoedas feito pela própria Chainalysis. Na sequência, Venezuela aparece na 18º posição, enquanto Argentina fica em 20º.
As menções ao Brasil pelo estudo da Chainalysis não param por aí. Na sequência, o relatório aponta que o país teve um crescimento de 109,9% em julho de 2024 a junho de 2025 em relação a julho de 2023 a junho de 2024.
Dentre as justificativas apresentadas pelo estudo está a rápida regulação do setor cripto no Brasil em relação a outros países. Como exemplo, são citados a Lei 14.478/22, a designação do Banco Central do Brasil para lidar com AML/CFT, bem como as consultas n.º 109, 110 e 111/2024.
Detalhando a adoção das criptomoedas no Brasil, a Chainalysis aponta para um interesse amplo, variando desde o varejo (menos de US$ 1.000) até grandes instituições (mais de US$ 10 milhões).
Embora o Bitcoin continue sendo a maior criptomoeda do mercado, a Chainalysis aponta para uma grande adoção de stablecoins no Brasil. A entrada de bancos como Itaú, Mercado Pago e Nubank é citada como consequência da regulação do BCB, ajudando nessa popularização.
“O uso de stablecoins aumentou significativamente, com autoridades relatando que mais de 90% dos fluxos de cripto do Brasil estão agora relacionados a stablecoins, destacando seu papel crucial em pagamentos e transferências internacionais.”
“O domínio das stablecoins na América Latina reflete a inflação persistente, a volatilidade cambial e os controles de capital, que levam famílias e empresas a buscar estabilidade atrelada ao dólar americano para poupança, remessas e comércio”, explicou a Chainalysis.
Finalizando, a Chainalysis aponta que outros países devem seguir os passos regulatórios do Brasil e que as criptomoedas, especialmente as stablecoins, “evoluíram além da adoção inicial para se tornarem uma parte integrante do cenário financeiro da América Latina”.
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