“Brasil tem comércio de Bitcoin sofisticado”, diz executiva da Chainalysis

Explicação para isso seria o baixo volume de negociações P2P.

Para uma executiva da Chainalysis, o comércio do Bitcoin no Brasil é sofisticado em relação aos países vizinhos da América Latina e altamente concentrado em corretoras.

Vale ressaltar que o volume do Brasil é o maior de toda região, sendo um dos 30 maiores do mundo. Assim, o comércio de Bitcoin brasileiro ocupa a posição 12 de volume global.

A Chainalysis é uma das maiores soluções de rastreio de criptomoedas, parceira de empresas e governos. Além disso, a empresa divulga com frequência relatórios ao mercado, sendo o mais recente o “2022 Crypto Crime Report”, com dados revelados a imprensa nesta quinta-feira (10).

“Brasil tem comércio de Bitcoin sofisticado”, explica executiva ao mencionar o baixo volume de negociações P2P

Quando alguma criptomoeda é roubada de corretora ou um governo precisa rastrear moedas de crimes, é comum que sejam contratadas empresas que fornecem esse serviço. Uma das mais conhecidas é a Chainalysis, que tem uma divisão no Brasil para ajudar empresas e autoridades locais.

Além do rastreio de criptomoedas, a empresa fornece conhecimento para o mercado, por relatórios e treinamentos. Vários órgãos públicos no país já foram e serão capacitados com ajuda da empresa, parceria de uma grande corretora de Bitcoin local.

Nesta quinta, as executivas da empresa Magdiela Rivas e Brianna Kernan conversaram com a imprensa no Brasil, informando detalhes de um recente estudo e como a empresa tem lidado com o mercado do país.

Sem entrar em detalhes de investigações, elas compartilharam a informação de que seus serviços, “contratados com uma simples ligação”, seguem sendo buscados.

Com relação ao mais recente relatório de mercado, o 2022 Crypto Crime Report, elas esclareceram dúvidas sobre a situação brasileira com criptomoedas. Neste contexto, Brianna Kernan, executiva no Brasil e América Latina, explicou que considera o comércio de Bitcoin no país sofisticado em relação aos vizinhos.

E para justificar sua visão, ela destacou o baixo volume de negociações P2P em relação a outros países. Ou seja, os brasileiros preferem comprar a moeda em corretoras, que serão alvo de uma regulação em breve, algo que a executiva vê como positivo para o mercado local.

“O Brasil não tem um mercado tão forte de peer-to-peer (P2P). E isso é um sinal que o mercado brasileiro é um pouco mais sofisticado que os outros países na região, tipo Colômbia, Venezuela, Argentina, que usam criptomoedas para transferir dinheiro do país, que estão caindo sob efeito de inflação”.

Volume P2P de Bitcoin no Brasil não é grande
Volume P2P de Bitcoin no Brasil não é grande /Chainalysis

Neste quesito, por exemplo, o Brasil perdeu para Colômbia, Argentina, Peru e Chile, ficando com o 5.º volume em negociações P2P de Bitcoin na América Latina. Quando Satoshi Nakamoto criou o Bitcoin ele imaginou um sistema descentralizado e entre pessoas, algo que não parece ter emplacado entre brasileiros.

Brianna lembrou que a população latina não utiliza criptomoedas para especulação como no restante do mundo, mas para remessas, reserva de valor, entre outros.

Com corretoras sendo principal porta de entrada para o mercado, Brasil é um dos 12 maiores do mundo

O que chama atenção é que o volume de negociações de Bitcoin em corretoras centralizadas coloca o Brasil com um dos 12 maiores comércios do mundo, e neste ponto o maior LATAM.

Brasil é líder em mercado de criptomoedas
Brasil é líder LATAM no mercado de criptomoedas /Chainalysis

Com relação aos problemas de uso ilícito das criptomoedas no mundo, as executivas da Chainalysis declararam que são poucos os casos, visto que é mais fácil rastrear criptomoedas que dinheiro fiduciário. Ou seja, muitos criminosos evitam as criptomoedas com medo de serem pegos.

Mesmo assim, a maior parte dos problemas estão em golpes, que registram os maiores casos de atividade ilícita, seguidos por lavagem de dinheiro, ransomwares e malwares, representando apenas 1% dos crimes no Brasil.

Serviços ilícitos com criptomoedas no Brasil são pequenas
Serviços ilícitos com criptomoedas no Brasil são pequenas /Chainalysis

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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