O bitcoin fechou o último mês de setembro em queda no Brasil, embora os brasileiros continuem gostando da moeda, segundo um especialista do mercado que acompanhou o volume no último mês.
Tradicionalmente, setembro é um período conhecido na comunidade pela grande probabilidade de quedas, e isso acabou ocorrendo também em 2022.
Em relação ao Real, dados do Mercado de Criptomoedas Brasileiro mostram que o mês de setembro iniciou com a cotação de R$ 103.917,00, mas fechou em R$ 104.517,00, na média das corretoras do país. Ou seja, com a alta de 3,7% do Dólar no Brasil, o bitcoin registrou uma pequena valorização no período em BRL.
Com 24 corretoras listando Bitcoin em Real, o volume de R$ 3.587.774.459,97 foi visto nas corretoras, o equivalente a 34.539 BTC negociados.
O mercado de criptomoedas em agosto já havia sido duro para investidores, com um volume de R$ 3.270.842.683,65 (28.122 BTC) negociados, quando a cotação caiu de R$ 121.600,00 para R$ 103.830,00.
Contudo, em Dólar a situação da maior moeda digital do mundo é outra, com um mercado lateralizado em setembro sendo o principal destaque.
Brasileiros seguem gostando do bitcoin, mesmo com queda de setembro, diz executivo
O mercado de criptomoedas segue em seu movimento lateralizado, sem uma tendência definida, em linha com o que é esperado por analistas para o segundo semestre de 2022.
Segundo Israel Buzaym, head de comunicação da BitPreço, o Bitcoin apresentou alguns momentos repentinos de preço, mas nada muito expressivo.
O principal fator para o especialista que fez a criptomoeda se movimentar no mês foi a super-quarta, no dia 21 de setembro, quando Fed e no Banco Central brasileiro finalizaram as reuniões de política monetária.
“O mercado se movimentou às vésperas do comunicado do BC americano, tendo uma leve alta, seguindo com uma forte queda após o anúncio do novo aumento de 0,75 ponto percentual e logo em seguida se recuperando, voltando ao preço do início do dia. Esse movimento triplo na super-quarta atesta novamente a lateralização em que o BTC se encontra, na faixa entre US$ 18 mil e US$ 20 mil.”
Mesmo com as quedas em setembro pelo mundo, os brasileiros seguem gostando do bitcoin, disse o executivo da BitPreço, que é a maior corretora brasileira em volume nos últimos meses.
“O brasileiro, em geral, continua gostando das criptomoedas, ainda que o volume tenha reduzido bastante desde o início do ano. O Brasil é o 7.º maior mercado do mundo nas criptos, sendo o número 1 da América Latina. Um reflexo disso é a quantidade de exchanges estrangeiras que abriram operação em 2021 e 2022 aqui. Somos a maior corretora brasileira em volume de negociação, mostrando que o país tem competência para bater de frente com essa competição, oferecendo produtos e serviços com preços e taxas competitivas.”
“Aproveitar a queda para acumular é uma boa estratégia de longo prazo”
Com a queda atual do mercado, muitos estão repensando se o momento é propício para novas compras de bitcoin.
Na visão de Israel Buzaym, agindo com cautela, os investidores podem aproveitar o momento com foco no longo prazo do bitcoin.
“O investidor de criptomoedas deve estar atento ao movimento macroeconômico, principalmente em relação a altas de juros americanos. Por outro lado, enxergamos o momento atual como oportunidade de acumulação de satoshis (frações de Bitcoin) para o próximo movimento de alta. Mantendo nossa linha estratégica, a quem que já faz aportes nesse mercado, sugerimos que tenha cautela, sem exagerar na exposição, investindo apenas parte do capital disponível, por causa da grande volatilidade, mas que continue acumulando criptomoedas, principalmente Bitcoin, através de compras periódicas, pelo potencial de alta que enxergamos para os próximos anos.”
Essa é uma prática conhecida como Preço Médio em Dólar, que atrai muitos brasileiros que acreditam na moeda digital.