Líder de pirâmide com criptomoedas que teve Cafu como garoto propaganda é condenado nos EUA

Gutemberg dos Santos é o responsável por expandir os negócios da Airbit Club para o Brasil e lesar investidores do país. Negócio contou com a imagem do Cafu como embaixador, ex-jogador pentacampeão brasileiro.

O brasileiro Gutemberg dos Santos, líder confesso da pirâmide de criptomoedas Airbit Club, foi condenado a 12 anos de prisão nos EUA. A sentença saiu na última terça-feira (26), mas já era esperada desde o início do ano, quando o golpista se declarou culpado.

Gutemberg participava de uma rede da organização criminosa que expandia os negócios para outros países. No Brasil, por exemplo, a Airbit Club convenceu uma legião de investidores de que seu negócio era sólido.

Para convencer as vítimas, a Airbit conseguiu contratar o ex-jogador de futebol Cafu como embaixador, pela sua imagem como ex-capitão da Seleção Brasileira.

Brasileiro e cúmplice são condenados a 12 anos de prisão nos EUA por criar pirâmide de criptomoedas Airbit Club

Quando na investigação da Airbit Club, autoridades dos EUA conseguiram bloquear US$ 100 milhões dos principais suspeitos que lideravam o esquema. Entre os valores apreendidos, estão imóveis, dinheiro e bitcoin, agora oficialmente confiscados pelo Governo dos Estados Unidos.

Além de Gutemberg dos Santos, Pablo Renato Rodriguez foi o outro condenado a 12 anos de prisão por seus crimes.

O procurador Damian Williams disse, em nota a imprensa após a condenação, que Rodriguez foi um dos principais líderes da pirâmide que mentia minerar bitcoin para suas vítimas.

“Rodriguez foi cofundador e liderou um esquema internacional de pirâmide multimilionária que atacava investidores em sua maioria pouco sofisticados com falsas promessas de que seu dinheiro estava sendo investido no comércio e mineração de criptomoedas. Em vez de investir em nome de investidores, Rodriguez escondeu o dinheiro das vítimas num complexo esquema de lavagem usando Bitcoin, uma conta fiduciária de advogado e empresas internacionais de fachada e de fachada e usou o dinheiro das vítimas para encher os seus próprios bolsos. Rodriguez é um dos muitos exemplos recentes de indivíduos que exploram criptomoedas para cometer fraudes, e a sentença de hoje deve dissuadir qualquer pessoa que possa ser tentada a fraudar outras pessoas com falsas promessas de investimentos em criptomoedas”.

Golpe começou em 2015 e lesou inúmeras vítimas em vários países

Gutemberg dos Santos é um brasileiro que iniciou ao lado de Pablo o golpe da Airbit Club em 2015. Com fortes promessas de ganhos fixos, associados a uma falsa operação de mineração de bitcoin, eles captaram recursos de vários investidores.

Os líderes viajaram pelos Estados Unidos e ao redor do mundo para lugares na América Latina, Ásia e Europa Oriental, onde organizaram exposições luxuosas do marketing multinível de seu negócio.

Os clientes até acompanhavam o crescimento dos lucros em uma plataforma da empresa, mas o problema começava ao pedir o saque dos valores. A justiça dos EUA entende que a plataforma mantinha falsos rendimentos apresentados aos investidores, que começaram a denunciar o caso para autoridades.

Quando a pandemia da COVID-19 começou em 2020, a conta dos clientes foi encerrada unilateralmente pela pirâmide, que alegava não ter mais condições de continuar sua operação. Antes da Airbit, os sócios golpistas já haviam criado uma pirâmide condenada pela CVM dos EUA chamada Vizinova, quando pagaram multas em condenação.

O caso reforça a imagem de que investidores de criptomoedas devem evitar qualquer negócio com ganhos fixos associados, que podem ser pirâmides financeiras.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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