CEO de corretora que faliu em 2014 reaparece após falência da FTX

Entre 2010 e 2014, a Mt. Gox era a maior corretora de Bitcoin do mundo, comparável a Binance atualmente, até maior. Mesmo dominante, a sua segurança era fraca e a plataforma constantemente sofria com hacks.

O maior deles, de 850.000 bitcoins (R$ 70 bilhões na conversão atual), foi suficiente para a Mt. Gox declarar falência em 2014. Desde então, antigos clientes lutam para dividir os 150.000 BTC que restaram do hack, como manipulação de contas de clientes.

Embora o setor fosse pequeno na data, outras empresas estavam expostas a Mt. Gox, resultando em um efeito dominó semelhante ao que está acontecendo atualmente com a FTX.

Sendo assim, Mark Karpelès, fundador e então CEO da Mt. Gox, passou de herói a vilão em pouco tempo. Preso no Japão em 2015 sob acusações de fraude e peculato, o caso expôs problemas que iam muito além do hack.

Mark Karpelès está de volta, buscando redenção

A recente quebra da FTX parece ter acordado Mark Karpelès, podendo ser a chance do vilão tornar-se herói novamente enquanto investiga a corretora de Sam Bankman-Fried.

“Você é um funcionário da FTX? A empresa em que você trabalha tem alguma exposição à FTX? Quero ouvir de você, envie um e-mail para tips@ungox.com de um endereço de e-mail pessoal.”

Claro, alguns investidores que poderiam estar milionários se a Mt. Gox não tivesse quebrado ainda magoados, mas Karpelès está tentando.

“Se ele me enviar meus 100 BTC que perdi na sua corretora, ele pode ser redimido. Até lá, não.”

“Você preencheu um pedido no processo de reabilitação?” questiona Mark Karpelès. “As distribuições devem acontecer no próximo ano — não posso acelerar muito isso porque está fora de minhas mãos, mas se você tiver algum problema com o processo, ficarei feliz em ajudar da maneira que puder. Sinta-se à vontade para me enviar uma mensagem privada ou e-mail para obter ajuda.”

Voltando a FTX, Karpelès está reunindo todas as informações que pode, desde as pessoas chaves-chave, investidores, investimentos, conexões políticas, o suposto hack sofrido após a falência da mesma e tudo mais que possa ajudar os lesados deste fiasco.

Prova de reservas existe desde que a Mt. Gox faliu, diz Karpelès

Logo após a falência da FTX, muitas outras corretoras correram para mostrarem suas reservas. Isso serviria como uma prova de que os saldos dos clientes estão lá, parados, sem a necessidade de saques em massa e todo pânico atual.

Mark Karpelès nota que isso já existe desde a quebra da Mt. Gox. Entretanto, aponta que estas catástrofes são esquecidas rapidamente, fazendo a indústria voltar ao modo velho oeste, como deve acontecer daqui a alguns meses.

“Muitas exchanges de criptomoedas fizeram isso por alguns meses após a falência da MtGox, mas depois todos esqueceram e as coisas voltaram ao normal. Precisamos garantir que isso continue sendo a norma no futuro.”

“À medida que o Bitcoin cresce, a necessidade de soluções mais sólidas aumenta”, comentava Karpelès em um artigo de blog escrito em 2015, há sete anos, onde apresenta soluções para problemas que levaram a FTX à falência. Mas quem daria ouvidos ao vilão?

Por fim, resta saber se aprenderemos algo com a FTX ou se Sam Bankman-Fried voltará daqui a oito anos, assim como Karpelès voltou hoje, tentando ser herói enquanto outra corretora prejudica não apenas seus clientes, mas toda indústria.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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