A China surge novamente contra o Bitcoin, reforçando a proibição de empresas de pagamentos e instituições financeiras de oferecer a seus clientes qualquer serviço envolvendo criptomoedas. As informações são da Reuters.
A medida foi avisada em conjunto por três instituições ligadas ao mercado financeiro. Há alguns anos, o governo da China tem uma relação conturbada com as criptomoedas. Em 2017, por exemplo, o país já havia banido as corretoras de Bitcoin que negociavam com pares em Yuan.
“Três associações do Banco Central da China emitiram um documento exigindo que as instituições não conduzam negócios com moedas virtuais, conclamando o público a não se envolver com moedas virtuais e enfatizando que as transações não são protegidas por lei.”, disse a agência de notícias WU Blockchain.
Breaking: Three associations under the Central Bank of China issued a document requiring institutions not to conduct virtualcurrency business, calling on the public not to participate in virtualcurrency, and emphasizing that virtualcurrency transactions are not protected by law.
— Wu Blockchain (@WuBlockchain) May 18, 2021
O banco central da China (PBOC) disse que as moedas digitais não deveriam ser usadas nem nos mercados financeiros nem na economia real como dinheiro, já que não são “moedas reais”.
O PBOC acrescentou que as instituições financeiras e de pagamento chinesas não têm permissão para definir preços de produtos em qualquer moeda digital e estão proibidas de qualquer emissão de token digital.
Qualquer notícia sobre o Bitcoin que venha da China causa medo no mercado, visto que boa parte da mineração é feita no país asiático. Dessa forma, o mercado foi impactado com a notícia e o preço do Bitcoin voltou a cair.
China proíbe instituições e empresas de pagamento a se envolverem com criptomoedas
De acordo com a Reuters, o anúncio da proibição aconteceu nesta terça-feira (18), em comunicado conjunto, liberado pela National Internet Finance Association of China (NIFA), China Banking Association (CBA) e Payment & Clearing Association of China (PCAC).
No entanto, alguns analistas da indústria afirmam que a notícias da Reuters não é precisa, já que o alerta emitido é apenas um reforço de diretrizes antigas.
” A China está apenas reiterando uma lei anti-especulação de anos atrás.”, disse o jornalista Qiao Wang.
https://twitter.com/QwQiao/status/1394661559033602049
Assim, empresas que operam na China estão proibidas de fornecer serviços relacionados às criptomoedas, como registro, negociação, liquidação e compensação.
Essa ordem acontece após as autoridades afirmarem que os preços das criptomoedas subiram muito, mas acabaram despencando. Ou seja, colocaram em risco a situação econômica e financeira da população chinesa, que antes vivia uma situação “normal”.
Como os contratos comerciais de criptomoedas não são regulamentados pela China, as autoridades destacaram que os riscos são enormes. Além disso, as autoridades alertaram que o mercado de criptomoedas é facilmente manipulado e não teria um valor real.
Ainda é permitido que indivíduos mantenham suas posses de criptomoedas
Um dos pontos que chamou atenção no comunicado é que a China não irá proibir que a população mantenham as moedas que já compraram. A proibição então afeta apenas empresas chinesas que processam transações, sejam elas corretoras, bancos e fintechs.
Ao receber a informação da proibição na China, a comunidade do Bitcoin brincou nas redes sociais que esta pode ser a “vigésima vez que o país asiático bane às criptomoedas“.
China bans bitcoin for the 20th time
— we are all tornado.cash (@yolopokka) May 18, 2021
De qualquer forma, o preço do Bitcoin acabou incorporando mais este “problema”, despencando 3,2% no momento da redação desta matéria, cotado em US $ 42.800, próximo da mínima do dia.
No Brasil, a cotação da moeda segue em R$ 226 mil, com queda também no dólar.
Alguns investidores se preocupam com o futuro das negociações no país asiático, que é o maior do mundo em população. Na última semana, a Índia, outro gigante populacional asiático, pediu que bancos cortem relação com empresas de criptomoedas, mostrando que governos da região estão hostis contra o Bitcoin.