A China, segunda maior economia do mundo, está vendendo bitcoins e outras criptomoedas confiscadas de casos criminais. Conforme o Bitcoin está banido no país asiático desde 2021, o governo está usando empresas privadas para despejar essas moedas.
As informações foram apresentadas pela Reuters nesta terça-feira (15). Como destaque, o jornal revela que a empresa Jiafenxiang, com sede em Shenzhen, vendeu mais de 3 bilhões de yuans (R$ 2,4 bilhões) em criptomoedas desde sua fundação em 2018.
Dentre seus clientes estão as cidades de Taizhou, Hua’an e Xuzhou. Representantes não cederam comentários sobre as vendas.
China estuda mudanças em sua política sobre criptomoedas
Embora sites como o Bitcoin Treasuries apontem que a China possui 190.000 bitcoins, ligados ao desmantelamento da pirâmide PlusToken em 2019, estudos mostram que o governo chinês já se desfez dessas moedas naquele mesmo ano.
🔔 Entre em nosso grupo no WhatsApp e fique atualizado.
No entanto, a Reuters cita que a China ainda detém 15.000 bitcoins (R$ 7,4 bilhões). Como comparação, a Coreia do Norte detém 13.500 BTC, já Butão e El Salvador acumulam 7.700 BTC e 6.150 BTC, respectivamente.
Em 2024, mais de 3.000 pessoas foram processadas por lavagem de dinheiro com criptomoedas no país, sem contar outros casos como de jogos de azar ilegais, revela a matéria.
A grande discussão é o que o governo deve fazer com essas moedas. Embora esteja usando empresas privadas para despejá-las no exterior, a prática seria “inconsistente e opaca”, podendo gerar problemas ainda maiores, como de corrupção e desvio de dinheiro.
Devido a isso, algumas pessoas estão sugerindo que a China copie os EUA e use esses bitcoins apreendidos para criar uma reserva estratégica.
Essa e outras sugestões foram feitas durante seminários realizados nos últimos meses. O texto cita vários nomes, incluindo executivos, professores e advogados. No entanto, o governo não se comprometeu a implementar nenhuma delas.
China estaria usando Bitcoin para negociar com a Rússia
Antes disso, em março, a Reuters também noticiou que China e Rússia estariam negociando petróleo com Bitcoin e outras criptomoedas. A estratégia estaria sendo usada para driblar sanções econômicas impostas pelos EUA e países da União Europeia contra a Rússia.
Portanto, esse seria mais um motivo para o governo chinês rever sua política anti-criptomoedas. Afinal, o país pode se beneficiar do Bitcoin tanto no comércio internacional quanto pela criação de uma reserva.
No momento desta redação, o Bitcoin está sendo negociado por US$ 83.750, em queda de 2,3% nas últimas 24 horas.
A reentrada da China neste mercado poderia catapultar esse preço. Afinal, além de ser a segunda maior economia do mundo, o país asiático também é o segundo mais populoso, ficando atrás apenas da Índia.