Um dos co-fundadores da corretora de criptomoedas BitMEX se entregou às autoridades dos Estados Unidos nesta segunda-feira (15). Benjamin Delo compareceu perante um juiz de Nova York e se declarou inocente de todas as acusações contra ele.
Ele e os outros co-fundadores, Arthur Hayes (CEO) e Samuel Reed (CTO), são acusados pelo Departamento de Justiça dos EUA e pela Comissão de Negociação de Contratos Futuros de Commodities (CFTC, sigla em inglês) de violar a Lei de Sigilo Bancário.
Ele viajou do Reino Unido para se render às autoridades americanas, depois que sua equipe jurídica se envolveu em negociações com a procuradora Jessica Greenwood sobre sua rendição.
De acordo com as transcrições de uma teleconferência do tribunal, o advogado estava trabalhando com o FBI para tornar a entrega possível. As autoridades dos EUA também tiveram que encontrar uma maneira de contornar a proibição de viagens que o governo do Reino Unido impôs à Delo.
O empresário se declarou inocente e foi libertado sob fiança de US $ 20 milhões. De acordo com os termos do acordo, ele pode viajar de volta ao Reino Unido e aos Estados Unidos somente quando solicitado pelo tribunal.
Acusações
Delo enfrenta acusações de operar uma plataforma de negociação não registrada nos EUA. O Departamento de Justiça afirma que ele, junto com Arthur Hayes e Sam Reed, permitiu que os cidadãos dos EUA usassem a BitMEX sem observar as leis de combate à lavagem de dinheiro.
Ele se defende, classificando as acusações como um exagero do governo dos Estados Unidos. Rachel Miller, porta-voz da Delo, afirmou: “As acusações contra Delo são infundadas e representam um exagero injustificado das autoridades dos EUA. Ele pretende se defender das acusações e limpar seu nome no tribunal.”
Arthur Hayes, o ex-CEO, deve seguir o exemplo e se render às autoridades dos EUA em 1º de abril. Seu advogado disse que ele viajará de Cingapura para o Havaí, onde atualmente reside.
Greg Dwyer, o primeiro funcionário da corretora e mais um executivo de alto escalão, se recusou a se entregar. As autoridades norte-americanas revelaram que ele atualmente mora nas Bermudas e estão trabalhando para extraditá-lo.