Um cofundador da MetaMask, famosa carteira de criptomoedas, diz que essas ainda são uma aposta e que não aconselha ninguém a colocar todo o seu patrimônio nesses ativos. Essa fala foi em uma entrevista para a Vice, sendo a primeira realizada em conjunto por dois cofundadores do projeto.
Aaron Davis, mais conhecido na web como “Kumavis”, falou na ocasião ao lado Dan Finlay, outro criador do projeto MetaMask, este que é ligado à Consensys, um dos principais desenvolvedores do ecossistema Ethereum.
Recentemente, essa empresa anunciou que faria contratações no Brasil, após uma explosão de novos usuários interessados em DeFi começarem a utilizar sua tecnologia. Ainda na América Latina, a MetaMask começou a bloquear em 2022 os clientes da Venezuela, país sob embargo pelos Estados Unidos.
Cofundador da MetaMask diz que “criptomoedas são apostas e ninguém deve investir todo o dinheiro nisso”
Os cofundadores da MetaMask conversaram com a Vice, em uma entrevista revelada na última semana. Na ocasião, eles falaram muito sobre os temores e riscos que encontram no ambiente.
Considerada uma das formas de se acessar o ecossistema Ethereum com facilidade, navegando entre dApps e NFTs, na chamada WEB3, a MetaMask certamente é uma empresa reconhecida pela comunidade.
Contudo, o cofundador Kumavis é cético sobre as criptomoedas serem uma forma realmente nova de dinheiro, acreditando que no momento atual da tecnologia, elas não passam de uma aposta.
Desse modo, ele não acredita que colocar todo o dinheiro no setor é uma boa como muitos alegam ser, chamando este de um comportamento perigoso.
“Combate a pirâmides com criptomoedas é muito complicado”
Sobre as pirâmides com criptomoedas e outros golpes neste setor, eles são céticos quanto a eficiência do combate feito contra esses esquemas.
Dan Finlay, por exemplo, disse que o recente caso dos “jogos para ganhar” (games com NFTs), são um problema para a comunidade, visto que eles apresentam sistemas de “Ponzimonics”.
Esse mesmo cofundador da MetaMask também acredita que os NFTs são um problema de criatividade, visto que ao criar uma coleção com 10 mil itens similares, os donos dessas vendem um bem imaginário.
Sobre o DeFi, os cofundadores da carteira mais famosa do ecossistema Ethereum concordam que muitos projetos neste setor não eram verdadeiramente descentralizados, mas sim bancos altamente alavancados, paralelos e com baixa transparência.
Quando ao papel do MetaMask nesse problema todo, eles disseram que estão lutando para ajudar os usuários comuns a ingressar com segurança, mas que a internet é plural. Dessa forma, é impossível acabar com esquemas ponzi com criptomoedas, indicando que os líderes do setor são incapazes de combater sozinhos esse problema.
“Tornamos os sistemas digitais tão valiosos, que revelamos a insegurança dos sistemas de computadores atuais”
Apesar da fama de golpes no mercado de criptomoedas, os cofundadores da MetaMask lembram que muitas dessas críticas são injustificadas.
Uma delas é que os aplicativos sérios do ecossistema de criptomoedas são acusados de causar danos nos computadores dos usuários. Mas para Finlay, isso não é verdade, pois as criptomoedas criaram um conceito de que o digital é valioso, o que acabou revelando a insegurança dos sistemas de computadores.
Eles ainda lembraram que é importante os investidores de criptomoedas se conscientizarem de práticas de segurança básicas, como evitar compartilhar suas senhas, acessar sites falsos e baixarem aplicativos fraudulentos, o que ajuda muitos problemas a serem evitados.
Para o futuro, os cofundadores acreditam que as criptomoedas vão resolver muitos problemas que governos nacionais não conseguiram, como uma melhor igualdade social e até mesmo a mudança climática.
