Comerciante pagou em Bitcoin para ser liberado de sequestro

Crime chocou autoridades de dois países e conta com uma investigação internacional para apurar o destino do dinheiro.

Um comerciante foi sequestrado nos últimos dias e sua família foi ameaçada com ligações internacionais. Para ser liberado, o comerciante pagou em Bitcoin para ser liberado do cativeiro onde era mantido.

A situação foi tensa durante o sequestro, que durou pelo menos cinco dias. As investigações policiais ainda estão sendo conduzidas sobre o crime e conta com a participação de várias autoridades.

O caso, que aconteceu na Argentina, mostra o quão comum é a adoção do Bitcoin no país. Para ser liberado, os criminosos pediram aos familiares a quantia de U$ 35 mil aos familiares.

O comerciante havia sido sequestrado no dia 13 de outubro.

Comerciante pagou em Bitcoin para ser liberado de sequestro

Um caso grave de extorsão e sequestro se passou na Argentina nos últimos dias. As autoridades do país ainda investigam o caso, inclusive a Polícia Federal Argentina.

Um comerciante de 46 anos saiu de sua casa e estava a caminho de sua loja, no dia 13. No meio do caminho, foi abordado por uma gangue de sequestradores, que abordaram seu carro, um Ford EcoSport.

O comerciante é dono do supermercado “Don Santiago“, na cidade de Quilmes, próxima de Buenos Aires. Ao chegar com os sequestradores no cativeiro, o homem passou a ver sua família ser chantageada para pagar o resgate.

Chamou atenção das autoridades que as ligações partiam de números internacionais. Eram números da Venezuela e Colômbia, fato que assustou os familiares do comerciante. Além de ligações, mensagens de textos e WhatsApp eram enviadas pelos sequestrados ao irmão da vítima.

Em princípio, os sequestradores pediam a quantia de U$ 650 mil para libertar o comerciante, que não teve o nome divulgado. O valor, com o preço do dólar hoje, daria o equivalente a R$ 3635 milhões.

Com a denúncia as autoridades policiais, o caso foi parar na Polícia Federal  e Delegaciones Departamental de Investigaciones (DDI) da Argentina e também na Polícia Nacional da Colômbia.

Após dias de negociação, ficou acordado então que a família pagasse 4 Bitcoins pelo resgate do comerciante. O valor seria o equivalente a U$ 35 mil, ou seja, R$ 195 mil hoje.

Mesmo após “desconto”, sequestradores ainda queriam mais dinheiro

De acordo com o portal argentino Telam, apesar do desconto na pedida inicial, houve pressão por mais dinheiro. Apesar disso, os sequestradores acabaram cedendo após ver que não haveria mais dinheiro e soltaram o homem em frente ao seu mercado no último dia 18.

O sequestro que durou cinco dias é um casos mais emblemáticos envolvendo Bitcoin na Argentina agora. As investigações, que prenderam a esposa de um dos participantes, apontam que a gangue é composta de três pessoas.

Segundo informações obtidas pelo Telam, a Polícia está em busca de rastrear o Bitcoin para saber onde ele irá parar. Desse modo, foi solicitado ajuda a outros países e há uma cooperação internacional para desvendar o mistério.

Cabe o destaque que na Argentina hoje é cada vez mais comum o uso de Bitcoin pela população. A moeda digital é um dos meios que a população usa como reserva de valor, pois o Peso argentino perde cada vez mais seu poder de compra.

Por fim, em outros sequestros que pediram Bitcoin na Argentina, não houve pagamento pelo resgate. No entanto, esse é o primeiro caso já registrado no país de um sequestro que efetivamente pagou o resgate na moeda digital.

No Brasil, recentemente a polícia desarticulou um sequestro que pedia Bitcoin pelo resgate de mulher. Após 12 horas em cativeiro, a mulher enfim foi liberada pela polícia e o mandante do crime preso.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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