Após uma tremenda popularidade em 2020 e 2021, o volume de negociação de terrenos virtuais no metaverso despencou junto com o colapso geral dos preços do mercado de criptomoedas.
O Metaverso teve um crescimento sem precedentes no ano passado, com investidores comprando terras virtuais em plataformas como Decentraland, Sandbox e outros. Além disso, uma lista de celebridades compraram lotes nos mundos virtuais.
Investidores estavam dispostos a gastar milhares de dólares para possuir terras no Metaverso, no entanto, a mania perdeu força este ano, devido às condições lentas do mercado de criptomoedas. Até mesmo as empresas que investiram no Metaverso sofreram perdas.
Compras de terrenos virtuais despenca 98%
A Meta, controladora do Facebook, perdeu US$ 2,8 bilhões em sua divisão de realidade virtual durante o segundo trimestre de 2022.
De acordo com dados da Delphi Digital, as compras de terrenos virtuais no metaverso caíram cerca de 98% em relação à alta de 2021. O volume de compras atingiu o pico em novembro de 2021.
“O interesse no ‘Metaverso’ foi impulsionado por um conjunto de anúncios otimistas no quarto trimestre do ano passado de empresas como Meta, Grayscale e Citibank. Após seu pico em 2021, o volume de negociação de terrenos virtuais caiu até 98%”, revelou a Delphi Digital.
Interest in the ‘Metaverse’ was kickstarted by a set of bullish announcements in Q4 of last year from companies including @Meta, @Grayscale and @Citibank.
After it's peak in 2021, trading volume for virtual land has dropped as much as 98%. pic.twitter.com/9vTJvvgkAO
— Delphi Digital (@Delphi_Digital) September 21, 2022
De acordo com a empresa de consultoria McKinsey, o investimento em projetos relacionados ao metaverso durante os primeiros cinco meses de 2022 totalizou US$ 120 bilhões. A grande maioria desse investimento virou pó.
A bolha especulativa do ano passado nos Metaversos atraiu compras de terrenos por grandes nomes como Prada, Adidas, Atari, PwC, Samsung e várias outras.
O colapso agora de compras de terrenos virtuais reflete a queda do mercado de NFTs. O Metaverso é apontado como a ‘próxima grande novidade’ em tecnologia, mas a queda está lançando dúvidas sobre seu futuro.
O aumento do interesse desencadeou uma corrida para adquirir pontos privilegiados – espelhando o mercado imobiliário da vida real.
Em fevereiro, um investidor pagou US$ 450.000 por um terreno virtual ao lado do terreno de Snoop Dogg, que fica na plataforma Sandbox. O token nativo do Sandbox, SAND, no entanto, caiu de US$ 8,44 para US$ 0,92 hoje.
Fim do Metaverso?
A queda no volume de compras de terrenos fez com que alguns questionassem o valor real dos terrenos virtuais. Alguns críticos argumentam que os Metaversos estão superabastecidos e, portanto, não é um recurso raro que impulsiona o aumento da demanda.
Em outras palavras, as terras no Metaverso podem ser infinitas, acabando com a ideia de terra virtual como um recurso escasso.
Somado a isso, o Metaverso está atrasado em termos de gráficos visuais, apesar de receber bilhões de investimentos. Se o setor de terrenos virtuais não resolver a questão dos gráficos visuais, pode acabar se tornando apenas mais uma moda passageira.
O crash também reabriu o debate sobre se uma terra virtual é um ativo legítimo para investimento. O Metaverso tem teletransporte instantâneo para qualquer local. Assim, ao contrário do mundo real, há pouca vantagem em comprar terra em uma localização privilegiada.
Apesar disso, a cooperativa de terras virtuais, Airdott, atribuiu a desaceleração ao cenário macroeconômico mais amplo, dizendo: “por que” o mundo real não impactaria o mundo virtual? Eles acrescentaram que estão “pacientemente esperando” que as coisas se recuperem.
Planning is everything.
Why wouldn’t macro effect the liquidity in the Virtual land market the same way it does other markets?
Opportunity is not too far away in our opinions and we are patiently waiting.
Pinched this chart from @MacroAlf. 🙏#Airdott #Metaverse #NFTs pic.twitter.com/Ok7YU1dtAn
— Airdott (@airdottdao) August 8, 2022