Ghada Waly, a diretora-executiva da ONU falou sobre criptomoedas no Fórum Econômico Mundial, afirmando que “monitorar o uso de criptomoedas pode tornar a Internet mais segura”.
Waly afirma que a limitação do uso de criptomoedas ao nível nacional deve vir em primeiro lugar, seguido pelo desenvolvimento de capacidade entre as diversas partes interessadas.
A diretora admitiu que a maioria dos governos carece de regulamentações que possam abordar novas preocupações com crimes cibernéticos. Waly focou sua palestra na importância das formas como os ativos digitais são usados ilegalmente, para entender como eles são explorados.
“Há um elemento de capacitação e regulamentação nacional, mas também há investigação coletando evidências. Há toda essa história de criptomoedas e como elas são usadas na internet de forma ilegal. São pequenas intervenções onde muito investimento precisa acontecer em infraestrutura para capacitação no espaço de segurança cibernética”, disse Ghada Waly.
New forms of crime related to the use of the 💻 #Internet 🌐 such as drug trafficking on the darknet and the illicit use of cryptocurrencies need to be taken into consideration to develop appropriate and evidence-based policies to address &counter the world drug problem. #CND2020 pic.twitter.com/g0Luq9WoKC
— UN Office on Drugs & Crime (@UNODC) March 2, 2020
“Novas formas de crime relacionadas ao uso da Internet, como o tráfico de drogas na darknet e o uso ilícito de criptomoedas, precisam ser levadas em consideração para desenvolver políticas apropriadas e baseadas em evidências para abordar e combater o problema mundial das drogas.”
Criptomoedas em atividades ilegais
Waly se referiu às criptomoedas como ativos que são usados em atividades ilegais, como lavagem de dinheiro e roubos.
Assim, ela citou o caso recente do mixer de criptomoedas Tornado Cash, que foi colocado na lista negra pelo Departamento do Tesouro dos EUA por supostamente ter sido usado para lavar mais de US$ 7 bilhões em criptomoedas.
A ONU declarou guerra contra às criptomoedas e tem se concentrado cada vez mais em mobilizar os países membros da ONU para banir os ativos citando o uso ilícito de criptomoedas no combate a formas emergentes de crime como os que acontecem na darknet.
A diretora observou que o foco em criptomoedas oferece espaço para desenvolver políticas apropriadas e baseadas em evidências para combater os crimes.
Várias organizações ligadas a ONU pediram a regulamentação das criptomoedas para “proteger o público”.
A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) afirmou recentemente que as ‘moedas digitais privadas’ representam um perigo para a soberania monetária dos governos, opções políticas e estabilidade macroeconômica, além de apoiar atividades criminosas.
Além disso, a diretora disse que os criminosos estão adotando cada vez mais ativos digitais focados em privacidade, como Monero e Zcash, à medida que os reguladores restringem o uso de ativos como o Bitcoin em outras criptomoedas.