Lupa investigando Bitcoin. Fonte: Midjourney.
A Bybit, corretora que sofreu um hack de R$ 8,2 bilhões em fevereiro, afirma que os hackers já quebraram o rastro de 27,6% desse valor, ou seja, cerca de R$ 2,2 bilhões estão irrastreáveis.
As informações mostram a capacidade técnica dos hackers da Coreia do Norte, bem como os desafios da indústria na recuperação de fundos roubados. Do total, somente 3,9% foram congelados.
O texto também mostra uma grande demanda da indústria por soluções de inteligência e recuperação de fundos. Neste caso, as recompensas totais chegam a R$ 800 milhões.
Considerado o maior hack da história, o roubo da Bybit continua gerando novos capítulos enquanto a corretora tenta reaver parte dos R$ 8,2 bilhões roubados em fevereiro.
Em nota publicada nesta segunda-feira (21), Ben Zhou, CEO da Bybit, revelou as estatísticas dessa caçada. Segundo o executivo, cerca de 27,6% das moedas já não podem mais serem rastreadas, ou seja, estão circulando livremente no mercado.
“Os fundos não rastreáveis foram, em sua maioria, enviados para mixers, depois atravessaram bridges (pontes) até chegarem a plataformas P2P e OTC.”
Após a conversão de Ethereum para Bitcoin, de 84,5% dos fundos, Zhou explica que os hackers norte-coreanos estão usando a carteira Wasabi para quebrar o rastro das transações. Outros serviços citados foram CryptoMixer, Tornado Cash e Railgun.
O executivo aponta que as criptomoedas passaram por diversos outros serviços de swap (troca), incluindo Thorchain, eXch, Lombard, LiFi, Stargate e SunSwap.
Finalizando a lavagem do dinheiro, os hackers estariam despejando essas criptomoedas em serviços de OTC e P2P em troca de moedas fiduciárias.
Outro ponto que chama atenção é a quantidade de endereços usados. No total, são 35.772 carteiras de Bitcoin e outras 12.490 carteiras de Ethereum, dificultando que pequenos serviços as identifiquem.
Dos R$ 8,2 bilhões roubados, somente 3,9% (R$ 320 milhões) foram congelados até o momento. No texto, Ben Zhou nota que o mercado está sedento por soluções de inteligência e segurança.
“Nos últimos 60 dias, foram recebidos 5.443 relatos de recompensas, dos quais 70 eram relatórios válidos.”
“Estamos abertos a mais colaborações”, finalizou Zhou. “Precisamos de mais caçadores de recompensas que consigam decodificar mixers, pois essa será uma necessidade crucial no futuro.”
No total, a Bybit disponibilizou um prêmio de US$ 140 milhões (R$ 800 milhões) por informações. No entanto, somente US$ 2,3 milhões foram distribuídos até a data.
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