Corte de juros global impulsiona Bitcoin e analistas preveem “tsunami de liquidez”

Conforme as políticas monetárias de grandes economias afetam todos os mercados, Larry Fink não é o único atento a essas mudanças. Em nota publicada no domingo (29), os analistas David Brickell e Chris Mill disseram esperar um “tsunami de liquidez” ligado aos EUA e a China.

Larry Fink, CEO da BlackRock, está preocupado com o afrouxamento monetário pelo Banco Central dos EUA. Em conversa com a Bloomberg, publicada nesta terça-feira (1º), o executivo disse acreditar que há espaço para isso, mas não concorda com a intensidade.

Seus comentários acontecem após Jerome Powell, presidente do Fed, afirmar que os cortes na taxa de juros serão menos agressivos daqui para frente. Há duas semanas, o BC americano realizou seu primeiro corte após quatro anos, surpreendendo a todos com uma redução de 0,5%.

“Olhando para o futuro, se a economia evoluir amplamente como esperado, a política se moverá ao longo do tempo em direção a uma postura mais neutra. Mas não estamos em um curso pré-definido”, disse Powell. “Os riscos são de dois lados, e continuaremos a tomar nossas decisões reunião por reunião.”

Além da inflação, já próxima de sua meta anual de 2%, o Fed também está preocupado com a recessão, definida pela contração do PIB do país. Portanto, as mudanças em sua política monetária visam equilibrar essa gangorra.

CEO da BlackRock faz comentários sobre economia americana

Segundo o FedWatch Tool do CME Group, antes o mercado estava acreditando em mais um corte de 0,5%. Após as falas de Powell, essa porcentagem caiu para menos de 40%.

Larry Fink, CEO da BlackRock, também comentou sobre o assunto.

“Acho que a curva de juros está errada. Não veremos isso e acho que o presidente Powell disse isso ontem.”

“Acredito que a quantidade de afrouxamento na curva de juros é loucura. Quero dizer, eu realmente acredito que há espaço para mais afrouxamento, mas não tanto quanto a curva indicaria”, disse Fink.

Em relação aos mercados, o executivo comentou que “eles se movem” e “precisam se reajustar”, algo que aconteceu ontem. Enquanto S&P 500 opera em queda de 1% nesta terça, Bitcoin cai 2% nas últimas 24 horas.

“Não vejo isso como um problema. Você está falando sobre o tic tac do mercado; eu não gasto tempo com isso. Estou ciente disso, mas não estou nisso, se o Federal Reserve vai afrouxar mais 150 [pontos base], veremos”, continuou Fink. “Vejo mais políticas de governos que tendem a ser mais inflacionárias do que deflacionárias e, tendo isso em mente, é difícil para mim ver mais 200 pontos base de queda nas taxas de curto prazo.”

Além da reunião de 7 de novembro, ainda há outra em 18 de dezembro, podendo o Fed fazer mais dois cortes ainda esse ano.

Economistas se preparam para “tsunami de liquidez” que trará grande alta para o Bitcoin

Conforme as políticas monetárias de grandes economias afetam todos os mercados, Larry Fink não é o único atento a essas mudanças. Em nota publicada no domingo (29), os analistas David Brickell e Chris Mill disseram esperar um “tsunami de liquidez” ligado aos EUA e a China.

“Tudo isso para dizer que as medidas tomadas pela China esta semana vão desencadear um tsunami de liquidez”, disseram os analistas. “Com o Fed cortando as taxas de forma mais agressiva e um ciclo de afrouxamento global, [o Bitcoin está] subindo antecipadamente, mas enfrentando essa drenagem de liquidez a curto prazo.”

“Na próxima semana, quando essa liquidez retornar ao mercado, espere por fogos de artifício. Antecipamos que poderemos atingir máximas históricas para o Bitcoin na próxima semana. Dizem para não ir contra o Fed. Também não vá contra a China. Definitivamente, não lute contra o Fed e a China juntos.”

Por fim, eles destacam que o Bitcoin teve seu melhor mês de setembro desde 2012 devido a essa “onda global de cortes nos juros”, também prevendo um corte de 0,25% pelo Banco Central Europeu.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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