Na última semana, no dia 18 de abril de 2023, a PF em Fortaleza (CE) prendeu o criador de um falso robô de bitcoin da Bélgica, chamado Bit Robot. Na prática, o esquema funcionava como uma pirâmide de criptomoedas, que captava recursos ao prometer lucros rápidos e fáceis.
O golpe ocorrido em 2020 na Europa deixou um rastro de prejuízo, e depois disso o principal suspeito migrou para o Brasil.
Ele foi preso após ação do Escritório Central Nacional da Interpol no Brasil, representado pelo Delegado de Polícia Federal Victor Barbabella Negraes. Na ação, as autoridades pediram a prisão cautelar para fins de extradição em desfavor do belga Laurent Myriam Claude Barthelemy.
A Ministra Carmen Lúcia acompanha o caso e pediu, na última quarta-feira (19), que um juiz federal realize com urgência sua audiência de custódia.
O que era o golpe que motivou a Interpol a pedir prisão de belga no Brasil?
De acordo com as autoridades belgas, em junho de 2020, Laurent iniciou na Bélgica um projeto fraudulento com terceiros denominado Bit Robot, o qual consistia, em breve síntese, na captação de investidores para direcionar quantias numerárias para investimentos.
Eles chegaram a atuar através de um aplicativo de gerenciamento de criptomoedas próprio (bit robot), que prometia altas taxas de retorno financeiro.
Com efeito, as investigações do país demandante identificaram que a fraude aplicada consistia na prática de investimentos na modalidade conhecida como “sistema de pirâmide” e pode ter vitimado milhares de pessoas em vários países europeus.
Por fim, em 1/10/2021, uma mensagem no site da Bit Robot declarava que o aplicativo de gerenciamento de criptomoedas teria sido hackeado. Com isso, todos os investidores e vítimas perderam todos os investimentos realizados. O belga é o principal suspeito de chefiar a organização criminosa.
Criador de falso robô de bitcoin no Brasil reagiu à prisão e acabou algemado pela PF
No dia 10 de abril de 2023, a Procuradoria Geral da União encaminhou o caso ao STF. Em documento oficial, a PGR pediu a imediata prisão do suspeito e comunicação ao Supremo Tribunal Federal para adoção dos procedimentos de extradição.
Já no dia 18 de abril, a PF foi ao endereço do suspeito em Fortaleza e determinou sua prisão, por suspeita de fraude eletrônica. Lutador de boxe e sem obedecer aos agentes, o suspeito belga acabou algemado, segundo consta nos autos do processo consultados pelo Livecoins.
“Foi necessário o uso de algemas após a abordagem e prisão, assim como durante o transporte, pois o preso, além de ser lutador de boxe, possui compleição física avantajada e não se mostrou responsivo aos comandos dados pela equipe durante a atuação policial. O preso está recolhido na Superintendência Regional de Polícia Federal no Ceará.”
Para a Ministra Carmem Lúcia, o suspeito deve permanecer preso até que as autoridades da Bélgica oficializem o pedido de extradição.