O “efeito borboleta” do colapso da corretora FTX pode ajudar a ruir uma criptomoeda brasileira, uma stablecoin que está entre as preferidas dos brasileiros nos últimos meses.
Os acontecimentos diversos ocorridos desde a última semana, que estão longe de um fim, começaram quando uma planilha vazou com supostos dados que apontavam a insolvência da Alameda Research, parte do grupo FTX.
O CEO da corretora, Sam Bankman-Fried, tentou conter os rumores e dizer que sua empresa não estava insolvente. Não demorou nem dois dias para que a Binance surgisse como a salvadora da FTX, com CZ anunciando a compra da concorrente.
Apesar disso, a Binance desistiu de comprar a FTX, e enquanto rumores seguem causando confusão em investidores, o mercado amarga prejuízos.
Criptomoeda brasileira entra no olho do furacão do colapso da FTX
A criptomoeda brasileira Brazilian Digital Token (BRZ), uma stablecoin entre as preferidas de traders brasileiros, pode se ver com problemas com o colapso da corretora FTX.
Isso porque, a criptomoeda tem mais de 90% do volume global de negociações na FTX, segundo dados consultados no CoinMarketCap pelo Livecoins nesta quarta-feira (9).
Na corretora FTX, o BRZ tem como principal par o Dólar (USD), com um volume de 41% nas últimas 24 horas. O volume em relação ao Bitcoin é de 32% e USDT de 20%.
Vale lembrar que, segundo o Mercado Cripto, a corretora NovaDAX é a única a listar a BRZ em relação ao BRL, mas seu volume não alcança nem R$ 85 mil nas últimas 24 horas.
Stablecoin brasileira desvaloriza
Outra situação que chama atenção dos traders que gostam do BRZ é sobre os problemas de saques que a FTX está enfrentando. Ou seja, retirar tokens da plataforma está demorando mais que o esperado por muitos.
Com as indefinições, a cotação da BRZ, que deveria ser de R$ 1,00 cada, acabou passando por fortes oscilações nesta quarta, chegando a custar R$ 0,96 por unidade.
Considerada até então a maior stablecoin brasileira do mercado de criptomoedas, a BRZ foi criada em 2019.
Segundo dados recentes da Receita Federal do Brasil, de setembro de 2022, a BRZ é a terceira criptomoeda mais negociada por brasileiros, com mais de R$ 500 mil declarados.
O que diz o CEO da Transfero, empresa que emite o BRZ?
Em conversa com o Livecoins, Thiago Cesar, CEO da Transfero, disse ser muito negativo para o mercado ver uma grande empresa passar por problemas.
Thiago acredita que muitas empresas deverão passar por problemas ainda. Contudo, o BRZ é uma operação independente da FTX e não deve ter sua operação comprometida.
“A FTX é um cliente da Transfero. Nós processamos pagamentos de PIX para a FTX, mas não temos uma exposição de fato aquela empresa. É claro também que a FTX é uma empresa acionista da Transfero, isso é fato conhecido do mercado. Mas de maneira alguma eles possuem alguma ingerência na gestão da Transfero, tanto é que nós trabalhos com diversas outras empresas do setor, como Bybit, Crypto.com, Bitget, Finex e até exchanges nacionais.”
Segundo o CEO da Transfero, por ser um processador de pagamentos da FTX é uma pena ver uma até então parceria ruir, mas não há problemas com outros clientes.
Sobre o BRZ, Thiago garante que a Transfero não possui o colateral de transferência por conta própria, logo, a FTX não tem ingerência com relação a isso.