Em entrevista à Bloomberg, Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu afirmou que as criptomoedas não são moedas e apontou uma abordagem diferente para stablecoins.
“Criptos não são moedas. Ponto Final. Criptos são ativos altamente especulativos que reivindicam sua fama como moedas, porém não são”
"Cryptocurrencies are not currencies. Full stop," says ECB President Christine Lagarde https://t.co/3IlucjqEf0 pic.twitter.com/cHhOQUkTOG
— Bloomberg TV (@BloombergTV) September 16, 2021
Continuando o seu pensamento, Lagarde disse que também é preciso distinguir criptomoedas de stablecoins. Segundo ela, as primeiras são altamente especulativas, suspeitas, gastam muita energia e não são moedas.
Já as stablecoins, que geralmente são promovidas por grandes empresas, precisam ser reguladas.
Ao citar o gasto energético das criptomoedas, Lagarde parece não saber como o ecossistema funciona, já que estas stablecoins estão inseridas dentro de outras blockchains, sendo usadas principalmente no Ethereum e que o USDT, atualmente a maior stablecoin, foi primeiramente emitida na blockchain do Bitcoin.
Moedas digitais não são criptomoedas
Por fim, a presidente do BCE aproveitou para promover a ideia das Moedas Digitais de Bancos Centrais (CBDCs), cerca de 80 bancos centrais já estão focados neste projeto.
Segundo Lagarde, as moedas digitais do governo podem substituir as cédulas de dinheiro que usamos hoje em dia, funcionando da mesma maneira porém de forma digital.
O grande problema é que estas transações serão totalmente monitoradas pelo governo, acabando com a privacidade que as cédulas de papel nos dão hoje.
Além disso, embora as CBDCs apresentem uma funcionalidade semelhante às criptomoedas, a de ser digital, as diferenças continuam gritantes. A impressão desenfreada de dinheiro pelos Estados faz com que a única projeção para seu futuro seja de desvalorização, também podemos notar que os governos terão o poder de confiscar seu dinheiro quando bem entenderem.
O que os Bancos Centrais querem é vender as suas moedas digitais como se fossem criptomoedas, parecendo não entender que os problemas delas são a inflação, a falta de privacidade e a tirania governamental.
Christine Lagarde, ex-diretora do FMI foi condenada por negligência em 2016
Embora Lagarde aponte o dedo para as criptomoedas, chamando-as de suspeitas, em 2016 ela foi condenada por negligência em caso de desvio de verba enquanto era diretora do Fundo Monetário Internacional, o FMI.
O caso ocorreu em 2008, quando ela era ministra das Finanças da França, quando ela concedeu cerca de 400 milhões de euros ao empresário Bernard Tapie que havia pedido uma indenização ao Estado por acreditar que a venda de sua empresa, a Adidas, que foi confiscada e, foi vendida por um banco público por um preço muito inferior ao do mercado.
Embora culpada, Christine Lagarde continua ocupando cargos importantes e suas ações refletem na vida econômica de todos cidadãos. Quem você quer que cuide de seu dinheiro, você ou Lagarde? A postura de Bancos Centrais e governos apontam para Lagarde.