“Criptomoedas são uma fraude financeira”, diz professor da Unicamp

Para o PhD a natureza das criptomoedas atrapalha a adoção por parte de qualquer tipo de governo, um dos principais problemas é a volatilidade incorrigível desses ativos.

O professor da Unicamp e PhD de Stanford, Jorge Stolfi vem falando sobre os riscos do Bitcoin e da tecnologia de Blockchain, ganhando espaço até mesmo em discussões internacionais. Recentemente, em entrevista ao DW Brasil ele voltou a falar sobre a moeda digital e os seus problemas com o setor.

Com frases como “criptomoedas são uma fraude financeira de uma família de fraudes que incluem o esquema de pirâmide” e “Sonho de ficar rico sem fazer esforço”, Stolfi conversou com o repórter da DW Brasil sobre as criptomoedas, principalmente para responder à pergunta “Criptomoedas: Esquema de pirâmide?”.

Citando a queda de mais de 70% desde o mais recente recorde do Bitcoin, o repórter perguntou a Stolfi por que ele acredita que as criptomoedas são uma fraude financeira, com o professor respondendo que o Bitcoin é similar a outros golpes.

“Criptomoedas são uma fraude financeira de uma família de fraudes que inclui o esquema de pirâmide, esquemas ponzi, esquemas multinível, esquemas de loteria e assim por diante, todas essas fraudes tem a mesma característica que o dinheiro que os investidores podem tirar desses esquemas vem de uma mesma fonte: o dinheiro colocado por outros investidores.” , disse stolfi.

Ele então também justificou a diferença entre o criptomercado e o mercado de ações tradicionais, afirmando que o Bitcoin se difere das ações porque as ações do mercado tradicional tiram dinheiro do trabalho que as empresas fazem, trazendo mais valor para cada ação porque a empresa está sendo valorizada.

“Na criptomoeda não temos nenhuma fonte de renda ou de riqueza que cria uma nova riqueza para devolver o dinheiro que foi colocado. Tudo o que o investidor recebe vem do bolso de outro investidor (…) por isso que ele é um esquema de fraude, insustentável” , concluiu.

O Bitcoin nunca vai substituir as moedas nacionais, diz Stolfi

Após a crítica ao Bitcoin e ao falar que a moeda é um esquema de pirâmide, Stolfi foi perguntando sobre as outras possibilidades por trás das moedas digitais. O repórter perguntou se a possibilidade dada pelos entusiastas de criptomoedas de que o Bitcoin pode substituir as moedas fiduciárias é real, o que Stolfi também afirma ser besteira.

“Não é possível. Elas [as criptomoedas] tem um monte de defeitos pela própria natureza de serem descentralizadas, ou de tentarem ser descentralizadas, que as fazem que elas sejam extremamente inferiores em todos os aspectos às moedas nacionais.”

Para o PhD a natureza das criptomoedas atrapalha a adoção por parte de qualquer tipo de governo, um dos principais problemas é a volatilidade incorrigível desses ativos.

“O fato de ter um preço poder variar em 10% ou mais em questão de minutos faz o Bitcoin inútil para qualquer atividade comercial. Você não pode receber um pagamento em Bitcoin porque depois de 2 minutos vai valer 10% (…) Essa volatilidade é inerente porque a maior parte dos bitcoins estão sendo guardados (…) a volatilidade desse tipo de moeda é incurável.”

Com isso, a resposta final para a sua pergunta é que o Bitcoin nunca vai substituir as moedas nacionais.

“Existem muitos outros problemas, uma lista longa, que faz que essa ideia que o Bitcoin vai substituir moedas nacionais seja irreal, é ficção. As pessoas só sustentam isso por causa do sistema Ponzi, que nem vendedores de esquema multinível que o produto é uma porcaria, mas quer as que as pessoas continuem entrando.”

Confira o vídeo na íntegra com a entrevista de Stolfi.

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Matheus Henrique
Matheus Henrique
Fã do Bitcoin e defensor de um futuro descentralizado. Cursou Ciência da Computação, formado em Técnico de Computação e nunca deixou de acompanhar as novas tecnologias disponíveis no mercado. Interessado no Bitcoin, na blockchain e nos avanços da descentralização e seus casos de uso.

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