A CVM dos EUA, a SEC, intimou o sheik dos bitcoins, o brasileiro Francisley Valdevino da Silva, a responder pelas acusações de fraude contra vários investidores de língua espanhola que moravam no país.
Preso pela Polícia Federal desde 2022, Francisley é um suspeito de operar crimes em vários países, não apenas no Brasil.
Com suas empresas fraudulentas, ele prometia rendimentos altos no mercado financeiro, sempre com esquemas de marketing multinível. Um dos casos mais emblemáticos no Brasil envolve a Rental Coins, empresa que lesou a família Janguiê Diniz e Sasha Meneghel.
CVM dos EUA intima sheik dos bitcoins
Chegou na Casa de Custódia de São José dos Pinhais, no Paraná, uma intimação contra o Sheik dos Bitcoins, que terá alguns dias para responder ao caso.
Intimado pela SEC, a sua resposta pode ser enviada também por seu advogado. O caso é um dos primeiros de um brasileiro intimado na prisão pela CVM dos EUA, e chama atenção para o perigo de golpes financeiros.
Além do Sheik dos Bitcoins, preso no Brasil, a SEC procura outros suspeitos de colaborar com a fraude financeira praticada nos Estados Unidos.
Entre os suspeitos estão Juan Antonio Tacuri Fajardo, Coronado e Perez. As suspeitas da apuração indicam que os quatro suspeitos atacavam comunidades espanholas nos EUA, praticando contra eles fraudes financeiras.
As estimativas do golpe envolvem um prejuízo de 8,4 milhões de dólares, após promessas de retornos astronômicos diariamente.
Em nota ao Livecoins, a empresa Blockseer, que rastreia criptomoedas e acompanha o caso, destaca que a Rental Coins, uma das empresas do Grupo InterAG, nunca realizou locação de criptomoedas.
“Na prática, a Rentalcoins nunca realizou a “operação de aluguel de criptoativos”. Nem adentrando ao mérito sobre a quase impossibilidade dessa atividade ser colocada em prática no Brasil, a empresa simplesmente fez um malabarismo com os fundos aportados por seus clientes. A Rentalcoins brincou com o dinheiro de seus clientes e pagou os rendimentos dos contratos através dos aportes realizados por eles, em clara prática piramidal. Somado a isso, tivemos diversos episódios de ostentação cafona, péssima gestão empresarial, falta de transparência e operações toscas. Uma verdadeira receita para o fracasso e para um crime financeiro.”
SEC está conversando com autoridades brasileiras sobre suspeito
A SEC deixa claro que entende que Francisley não está nos Estados Unidos e está sob custódia das autoridades brasileiras. Por conta da situação, o golpista das criptomoedas é tratado de forma diferente dos demais, inclusive com prazos extras para responder às demandas.
Por conta da delicada situação, a SEC está em contato frequente com autoridades brasileiras sobre o caso. Sobre o pedido de intimação enviado nos últimos dias, a CVM dos EUA disse que a ação segue em fase inicial de apuração.
No Brasil, Francisley da Silva é apontado como uma mais um criador e líder de esquemas de fraudes. Nos últimos dias, ele tentou sair da prisão, com um pedido de habeas corpus, alegando ser réu primário e com bons antecedentes.
Contudo, durante análise do caso no STJ, seu recurso acabou negado por conta do perigo de suas ações passadas, inclusive ao desobedecer ordens judiciais. Investidores que perderam dinheiro com ele acompanham o caso em busca de reaver valores.
