Os influenciadores digitais, como o nome já indica, influenciam a opinião de muitas pessoas, e a CVM está de olho nos que estão colocando os pés no setor financeiro, como mostrado pelo Estadão.
Segundo as informações do jornal, A Comissão de Valores Imobiliários (CVM) está prestando bastante atenção no comportamento de influenciadores que estão lidando com o mercado financeiro.
Essa vigilância se estende não apenas para os influenciadores do mercado financeiro, mas também para os outros que são pagos para realizar propagandas de esquemas de investimento em diferentes áreas.
O foco da Comissão de Valores Mobiliários e do Ministério Público Federal é investigar práticas que vão desde possíveis crimes de manipulação de preços até o exercício irregular da análise de ações por parte de alguns perfis.
O jornal Estadão citou o ex-presidente da CVM, Marcelo Trindade dizendo:
“A CVM e o MPF têm empregado filtros que colhem nas redes sociais dados para investigar pessoas que usam de sua posição junto à audiência para práticas não permitidas, como manipulação de mercado. A gente pode não ter visto ainda nenhum caso muito rumoroso, mas está acontecendo.”
CVM de olho nos influenciadores com dicas de investimentos
A ideia da CVM é justamente fiscalizar quem possa estar dando dicas de investimento nas redes sociais para seus seguidores sem ter nenhum tipo de certificação para tal. De acordo com as normas do órgão, esse tipo de dica é problemático por que, além de poder trazer prejuízos, pode estar escondido viés pessoal de quem está indicando o investimento.
Algo popular no mercado de criptomoedas em relação a isso é justamente quem incentiva o investimento em uma moeda com esquema de pirâmide. O caso mais famoso no mundo em ligação com esse tipo de atividade ilegal é o Bitconnect.
Esse tipo de manipulação de mercado pode funcionar com influenciadores com muitos seguidores que podem indicar a compra de uma ação por exemplo. No entanto, outro problema também recorrente aqui no Brasil é o incentivo em investir em pirâmides financeiras.
Influenciadores e as pirâmides
Unick Forex, A2, GenBit, Minerworld, Midas Trend e outros golpes têm algo em comum além do fato de todas terem ruído, todas foram amplamente divulgadas em redes sociais e por grandes influencers pagos para promoverem desses serviços.
Até recentemente era fácil encontrar influencers de fora do mercado financeiro sugerindo esquemas suspeitos. Um exemplo foi a cantora Juliana Bonde, com quase 4 milhões de inscrito, sugerindo investimento em um “robô” para “ficar rico com criptomoedas”
E claro, também temos os próprios líderes que atuam como influenciadores e pulam de pirâmide para pirâmide.
Por fim, a vigilância da CVM pode ajudar a separar esse tipo de influencer daqueles que realmente procuram disseminar educação financeira.