A Comissão de Valores Mobiliários no Brasil é a responsável por apurar fraudes no sistema financeiro do país. Nesta terça-feira (9), a CVM marcou um julgamento para apurar a existência de um golpe nas atividades da empresa Tokinvest.
Os sócios da empresa, que está com seu CNPJ suspenso desde 2018, também foram citados. Nenhum dos sitados apresentou defesa sobre as acusações de um possível golpe no Brasil.
Tudo começou quando uma investidora recebeu propostas de aportar dinheiro no negócio. Imediatamente, ela procurou a autarquia para buscar informações sobre a legitimidade da Tokinvest.
Ao se apresentar como uma corretora de valores mobiliários, a Tokinvest oferecia investimentos no mercado de Forex, ações internacionais, ETFs e até criptomoedas. Além disso, alguns clientes recebiam a proposta de rendimentos fixos ao dia, de até 1%, prática comum em esquemas de pirâmide financeira.
Desde 2017, a CVM já havia emitido um stop order contra as atividades da Tokinvest.
CVM começa julgamento para apurar supostas atividades fraudulentas da Tokinvest e seus sócios
Com início ainda em 2017, o PAS CVM 19957.007162/2017-54 teve seu julgamento marcado para a tarde desta terça-feira (9) tarde. Dessa forma, a Tokinvest e seus sócios, Fabiana dos Santos Silva e Jerônimo Cavalcante Sampaio, deverão ter seus futuros definidos.
De acordo com a CVM, todos foram procurados para se manifestar contra as acusações. No entanto, mesmo com citação em Diário Oficial, nenhuma defesa teria sido apresentada.
A Diretora Relatora do caso na CVM, Flávia Sant’Anna Perlingeiro, será a responsável por conduzir o Processo Administrativo Sancionador. Caso sejam identificados elementos de uma fraude contra o sistema financeiro, a empresa e seus sócios poderão receber multas pela autarquia.
A CVM, que havia emitido uma ordem contra a Tokinvest, em 2017, afirma que a empresa possuí muitos elementos preocupantes. Desse modo, passou o caso para a Procuradoria Federal Especializada e Ministério Público, para vistas sobre o caso.
A autarquia acredita que a Tokinvest, inclusive, descumpriu a ordem de parada. Ou seja, após a CVM alertar o mercado e a própria Tokinvest sobre suas atividades, o negócio continuou captando investidores.
Com relação às atividades possivelmente fraudulentas, a Tokinvest teria ofertado até investimentos com criptomoedas. De acordo com a CVM, grupos de investidores eram criados pela empresa, alguns com promessas de retorno fixas.
“A Tokinvest ofertava quatro categorias de cotas de investimento, supostamente com retorno garantido, sempre bastante acima do verificado à época nos títulos de renda fixa com baixo risco, citando, como exemplo, que a taxa diária média do CDI de julho de 2017 foi de 0,0265%, ao passo que a Tokinvest prometia que os Investidores VIPs receberiam lucros diários de 0,6% a 1%,”, afirmou a CVM no relatório do julgamento que acontece nesta terça.
Investidora buscou informações antes de investir em negócio e foi advertida sobre os riscos
De acordo com o relatório da CVM, a investidora que procurou saber sobre a legalidade da Tokinvest foi advertida pela autarquia sobre as atividades possivelmente fraudulentas do negócio.
Dessa forma, ela pode ter se livrado de cair em um golpe financeiro no Brasil, país que tem sido assolado por golpes.
Segundo a própria CVM, em 2020, o número de golpes financeiros no país foi alto. Ou seja, investidores receberam promessas de rendimentos e, sem a devida instrução financeira, caíram em golpes.
A CVM informou no final de 2020 que as pirâmides financeiras foram responsáveis pela maior parte desses golpes. Desse modo, é importante que investidores busquem informações antes de realizar investimentos em empresas.