A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que fiscaliza o mercado de capitais, quer promover cursos sobre criptomoedas para investidores. A iniciativa faz parte de um amplo esforço de educação financeira que a autarquia espera realizar no Brasil.
O tema de educação financeira ainda é um tabu no Brasil, país com baixo percentual de investidores, tanto na bolsa de valores, quanto em criptomoedas, em relação à população.
Na bolsa brasileira, a B3, por exemplo, são estimados que 5 milhões de pessoas físicas são cadastradas, com dados da própria empresa de fevereiro de 2022. A população brasileira é superior a 212 milhões, ou seja, apenas 2% são investidores.
O mercado de criptomoedas detém mais investidores, com estimativas de que 10 milhões de brasileiros já estejam no setor, o que ainda não chega nem a 5% da população. Dessa forma, os esforços para conscientizar a população sobre a importância dos investimentos deve ser ampliada, com coordenação de um órgão do governo federal.
CVM quer apresentar cursos sobre criptomoedas para investidores em campanha de educação financeira
Educação é uma das palavras mais importantes, visto que a partir de práticas, o ser humano desenvolve melhor suas relações com a sociedade e aumenta suas habilidades e competências.
Embora a educação seja comum desde a infância, pouco ainda se fala no Brasil sobre finanças. Assim, iniciativas neste setor costumam ser procuradas por poucas pessoas, que fazem parte de um nicho de mercado.
Mas nesta sexta-feira (8), a “Política de Educação Financeira da Comissão de Valores Mobiliários” foi publicada no Diário Oficial da União, por meio da Portaria CVM/PTE/N.º 91, de 6 de julho de 2022. O documento é assinado pelo presidente da CVM, Marcelo Barbosa.
Com esse instrumento, várias iniciativas passarão a ser tomadas para instruir a população sobre o tema de investimentos, em várias frentes.
Um dos objetivos da CVM então é criar cursos para proteção de investidores, inclusive de criptomoedas, que são um nicho reconhecido pela autarquia como “inovação financeira”.
“Inovação Financeira: orientação da população e investidores sobre o uso das novas tecnologias financeiras, serviços financeiros digitais e novas espécies de investimento (i.e. criptoativos); e fomento de iniciativas inovadoras, com ou sem o uso de tecnologia, que aumente a inclusão financeira, o desenvolvimento sustentável, o letramento financeiro ou a proteção ao investidor.”
Foco é pessoas que já investem como pessoa física, de baixa renda, crianças e idosos
O novo programa da CVM será aplicado para a população em geral, contudo, as pessoas físicas que já investem em produtos fiscalizados pela autarquia terão certa prioridade.
Outros grupos que terão prioridade nas iniciativas de educação financeira são crianças, idosos e pessoas de baixa renda, visto que o foco é desenvolver um mercado financeiro sustentável e de longo prazo.
Parcerias com empresas de educação financeira serão realizadas e apresentadas gratuitamente. Há ainda a previsão de uso dos dispositivos eletrônicos para potencializar as ações.
O que chama atenção é que a CVM Educacional planeja emitir um boletim mensal com os resultados do programa, que daria mais transparência ao processo, que promete agora ser importante para a formação responsável de novos investidores.