Reunindo informações sobre as atividades da Grow Up Club e seu presidente, dois deputados da CPI das Pirâmides Financeiras recomendaram o sequestro de seus bens para ressarcir os clientes.
A empresa captou recursos com clientes de Campos de Goytacazes (RJ) e outras cidades pelo Brasil, prometendo grandes lucros no mercado.
Com isso, vários clientes que realizaram aportes no esquema acreditaram em Gleidson da Costa Gonçalves agora aguardam há meses sem respostas onde está o seu dinheiro.
Na última terça-feira (3), ele prestou depoimento na CPI após a PF lhe conduzir coercitivamente para Brasília (DF).
O que os deputados entendem ao pedir o sequestro dos bens do presidente da Grow Up para CPI das Pirâmides Financeiras?
Ao final de seus trabalhos, marcado para o dia 11 de outubro de 2023, a CPI das Pirâmides Financeiras deverá produzir um relatório completo. Com o texto, uma série de recomendações deverá sair dos trablhos.
Assim, os deputados federais Caio Vianna (PSD-RJ) e Julio Lopes (PP-RJ) assinaram um ofício, recomendando o sequestro dos bens da Grow Up no relatório final. De acordo com eles, a CPI já tem uma séria de provas de um possível golpe da empresa contra seus clientes.
“Ao longo das atividades desta Comissão Parlamentar de Inquérito das Pirâmides Financeiras, acumulamos um conjunto de evidências, depoimentos e indícios que apontam para o envolvimento do Sr. Gleidson da Costa Gonçalves em práticas ilícitas relacionadas a esquemas de pirâmide financeira através de sua empresa, a Grow Up Club.
Dada a seriedade desses indícios, evidencia-se a necessidade de adotar medidas judiciais mais rigorosas. Diante disso, e levando em conta o impacto prejudicial sofrido por centenas de investidores que alegam ter sido lesados pelas operações da empresa, solicito a Vossa Excelência a possibilidade de sequestro dos bens do Sr. Gleidson, seguido de um leilão, com o objetivo de ressarcir as vítimas.”
O ofício já foi encaminhado do relator da CPI, deputado Ricardo Silva (PSD-SP), que analisará o pedido.
Caso o pedido seja colocado no relatório final, além do sequestro dos bens, os itens que pertencem ao suspeito devem ir a leilão para ressarcir os clientes.
Depoimento na CPI tornou clara a evidência de golpe, dizem deputados
Ao lembrarem que Gleidson deixou de comparecer na CPI por espontânea vontade e teve de ir sob escolta da Polícia Federal, os deputados destacaram que ele estava relutante em colaborar.
Além disso, após análise de seu depoimento e de provas colhidas, ficou evidente para os parlamentares federais que existe um golpe. O Livecoins obteve cópia do ofício encaminhado ao relator.
“O referido empresário atraiu inúmeros investidores com promessas de rendimentos extraordinários através da Grow Up Club, Trading Farm e outros esquemas, recorrendo a práticas que se assemelham a esquemas de pirâmide financeira. É relevante mencionar que o Sr. Gleidson, quando solicitado, não compareceu de imediato perante esta CPI, culminando na intervenção da Polícia Federal que o trouxe coercitivamente a esta Comissão. Durante sua audiência, ficou evidente sua relutância em colaborar. No entanto, quando analisamos suas declarações à luz das informações já coletadas, a natureza de seu esquema tornou-se clara.”
Por fim, o caso seguirá sob análise dos deputados federais na CPI, que entra na reta final de seus trabalhos.