O projeto Dólar Digital ganhou uma atualização no último fim de semana, deixando claro que irá servir de proteção contra projetos como a Libra. A criptomoeda do Facebook inicia 2020 com grandes problemas em seu encalço.
De fato o cenário em 2019 já não estava favorável para um lançamento de criptomoeda por parte do Facebook. Mark Zuckerberg, CEO da companhia, foi ao congresso norte-americano e foi apertado pelos deputados em relação ao ambicioso projeto da empresa.
Outros países, no mesmo sentido, começaram a revelar suas preocupações com esta. Na União Europeia, por exemplo, a Libra só seria lançada após uma adequação à regulamentação local.
Contudo, uma nova dificuldade surge no radar da companhia das redes sociais: o Dólar Digital. Lançado por Chris Giancarlo, ex-membro da CFTC dos EUA, este projeto surge para “salvar” o Dólar no mundo.
Dólar Digital será oposição a projetos semelhantes aos da Libra, criptomoeda do Facebook
O projeto Dólar Digital foi finalmente apresentado pelo seu idealizador no último domingo. Este lançamento foi anunciado por Chris Giancarlo, ex-CFTC (Comissão de Negociação de Contratos Futuros e Commodities).
Cabe o destaque que este projeto espera ser vinculado ao Banco Central dos EUA, o FED, como um apoio na digitalização do Dólar. Ou seja, por hora é uma organização independente, sem fins lucrativos, que irá propor ideias para o FED.
Para Chris, iniciativas como a Libra do Facebook estão muito mais avançadas do que o Dólar, no quesito “moeda digital”. Ou seja, o país deve reagir à altura para evitar perder o atual status de reserva de valor monetária que desfruta há muitos anos. Caso o Dólar perca força, diminuiria o impacto dos EUA no cenário internacional, apontou Chris.
De fato o atual dólar em circulação já é, em sua maioria, digitalizado, ou seja, não é bem isso que a proposta visa criar. Contudo, com a tecnologia blockchain, o Dólar poderia usufruir de uma maior proteção, passando a ser uma “moeda segura”. O Dólar Digital, de acordo com Ben Jessel, é um termo impróprio, sendo o certo Moeda Digital de Banco Central (CBDC).
JP Morgan, Walmart também são citados
No lançamento do projeto “Dólar Digital”, além da Libra do Facebook, iniciativas de moedas privadas foram amplamente citadas. Outros exemplos que o texto da Fundação apresentou foram os projetos do Walmart e do banco JP Morgan, que também pretendem criar suas próprias moedas.
De acordo com a apresentação, o Dólar Digital possui como parceira a Accenture, mas buscará aumentar sua base de apoiadores. Além disso, pretende apresentar no futuro quais serão as implicações de um Dólar Digital para a economia dos EUA de outros países.
A medida de criar uma moeda nacional já vem sendo testada pelo Banco Central da Suíça e da China. A moeda digital da China é esperada para 2020, do qual será uma versão digital do Yuan. Ou seja, nos próximos meses, além de criar regulamentações desfavoráveis para criptomoedas públicas, governantes também buscam sufocar a inovação de moedas privadas.
A luta por separar o estado do dinheiro, assim como foi da igreja, não será tão fácil assim. As novas ferramentas tecnológicas estão abertas para todos os interessados, mas certamente depende da adoção da população/governantes.
Criptomoeda Libra está mais longe de seu lançamento
O problema da Libra não é só com a criação de soluções concorrentes, mas também de regulamentação desfavorável. De acordo com a Bloomberg, a Libra não está nem perto de ser lançada.
Dentre os motivos, estariam a forte pressão sobre esta no sentido de frear este desenvolvimento. Países como EUA, Suíça, entre outros, não desejam ver a criação desta moeda digital tão cedo.
Enquanto a Libra luta para ter uma chance de nascer em 2020, o cenário fica mais desfavorável com opções nascendo no horizonte. Para Maya Zehavi, a iniciativa proposta por essa fundação Dólar Digital derruba qualquer ideal de dinheiro privado. Isso porque um Banco Central aceitar uma versão do Dólar Digital é mais fácil que receber em Libra.