O DREX, formato do Real digital em testes pelo Banco Central do Brasil, segue no alcance de especialistas em tecnologia. De acordo com João Aragão, Especialista em Inovação para Serviços Financeiros da Microsoft, a moeda poderia até nascer com uma criptografia pós-quântica, que previne ataques quânticos contra seu ecossistema.
A fala do especialista ocorreu durante audiência pública no Senado Federal na última terça-feira (9). João explicou que a Microsoft tem apoiado o projeto do DREX e que sua participação no evento se deu para explicar o tema da privacidade e segurança.
O especialista ainda lembrou que o DREX não é uma criptomoeda como o Bitcoin, por exemplo, mas sim uma moeda com autoridade central. Além disso, ele diferencia a blockchain do DLT, visto que a rede distribuída permissionada tem a participação apenas de agentes autorizadas.
Por conta disso, Aragão ainda lembrou que o Real digital está sendo testado no piloto em versão de atacado (interbancária com banco central), e de varejo (real tokenizado).
Vale lembrar que vários pontos de privacidade e segurança ainda não são claros para a população, visto que em uma era de dados cada vez mais digital, os brasileiros podem temer terem seus dados roubados.
“Podemos criar este ambiente em um escudo de confiança”, diz especialista da Microsoft sobre DREX ter proteção contra computação quântica
Segundo João Aragão, a inteligência artificial deve estar presente no ecossistema DREX, ajudando principalmente na segurança da moeda digital brasileira.
Além disso, ele entende que um importante passo é o de criar um escudo de confiança digital, utilizando mecanismos de criptografia pós-quânticos.
“Criptografia pós-quântica, todo esse ambiente pode ser protegido contra futuros ataques de computação quântica. Já está havendo um trabalho em paralelo, o DREX já poderia nascer com essa questão de proteção. Obviamente tem toda uma parte de identidade digital baseada em blockchain ou DLT e consequentemente com um laço digital daquela pessoa. Se a gente pensar no mundo Bitcoin eu não conheço João e a Maria. Dentro de um mundo CBDC no ambiente permissionado eu devo conhecer o João e a Maria, que tá sendo que tá fazendo a negociação.”
Por fim, esta não é a primeira vez que João Aragão da Microsoft falou sobre a proteção contra computação quântica do DREX, visto que em maio de 2023 ele havia discutido publicamente sobre a questão, conforme noticiado pelo Livecoins.
“Supremacia quântica deve ocorrer entre 2030 e 2035”
A computação quântica ainda é um tema sensível e polêmico, visto que em sua atual capacidade, não consegue quebrar chaves de criptografias como a do Bitcoin, por exemplo.
Contudo, João Aragão entende que o DREX já tem que nascer se protegendo de um futuro da “supremacia quântica”. Sendo este um termo usado para descrever o ponto em que um computador quântico consegue realizar uma tarefa específica que seria praticamente impossível para um computador clássico (tradicional).
Isso não significa que o computador quântico é mais rápido ou eficiente em todas as tarefas, mas sim que ele pode resolver certos problemas ou executar certas operações que estão fora do alcance dos computadores clássicos em um tempo razoável.
“Um ponto aqui que é um trabalho paralelo, hoje o DREX ele poderia já nascer resistente ataques de computação quântica. A supremacia quântica tem uma data, aí para 2030, 2035, parece que é muito longe, mas o DREX, por exemplo, já poderia nascer com esse tipo de tecnologia embarcada, assim foi um trabalho que a Microsoft fez junto com com o Banco Central para também a parte do PIX.”
A fala completa do especialista em segurança e tecnologia pode ser acompanhada pelo YouTube do Senado Federal.