Eagle Eyes, empresa do “Pastor do Bitcoin” em Cabo Frio suspende saques

Promessas de 15% ao mês não terminaram bem.

A empresa Eagle Eyes, que operava com sede na cidade de Cabo Frio (RJ), é mais uma possível pirâmide usando a imagem das criptomoedas e os clientes já estão preocupados, pois os saques foram suspensos após o sumiço do “Pastor do Bitcoin”.

Na região dos Lagos, esquemas de pirâmide financeira explodiram no último ano, levando pessoas a acreditar que os enormes lucros fáceis e rápidos prometidos pelos líderes desses esquemas era realidade.

Um dos possíveis golpes da região e ganhou grande repercussão é a GAS Consultoria Bitcoin, que tinha em Glaidson dos Santos a referência de suas atividades que prometiam ganhos de até 10% fixos ao mês.

Outra que suspendeu saques e já deixou clientes na “rua da amargura” em Cabo Frio foi a Alphabets, que tinha Rogério Cruz no comando do esquema que associava criptomoedas e apostas esportivas e encerrou os serviços aos clientes no início do mês.

No caso da Eagle Eyes Investimento, a empresa celebrava contratos com clientes no bairro Jardim Esperança, uma região onde todos se conhecem, segundo uma das clientes que foi vítima desse novo golpe. A sede dessa empresa é no mesmo bairro.

Sem dar muitas explicações aos clientes sobre como conseguiam rentabilizar o dinheiro dos investidores, afirmando apenas operar com “trade especializado de criptomoedas” eles colocavam a imagem do Bitcoin no contrato e afirmavam que pagariam 15% fixos ao mês.

Empresa Eagle Eyes em Cabo Frio é acusada de suspender pagamentos
Capa do contrato firmado pela Eagle Eyes em Cabo Frio com clientes/Foto cedida por cliente da empresa ao Livecoins

O que disse a investidora que afirma ter perdido seu dinheiro na Eagle Eyes, possível pirâmide com Bitcoin que suspendeu pagamentos em Cabo Frio

O mercado de Cabo Frio no setor de criptomoedas têm sido chamado de Novo Egito, após vários casos de esquemas de pirâmides se destacarem na região.

E uma investidora que conversou com a reportagem narrou ser uma investidora da Eagle Eyes, uma empresa que também associou o Bitcoin aos ganhos altos e fixos no mercado. De acordo com ela, o investimento feito foi de R$ 13 mil, um dinheiro que era uma poupança de toda uma vida de trabalho na praia da cidade, destino turístico referência no país.

“Esse dinheiro era da minha poupança, eu trabalho na praia, juntei o pouco que tinha, você nem imagina, isso é dinheiro juntado que trabalhei”.

Moradora do Bairro Jardim Esperança, ela conheceu a empresa por meio de outras pessoas, chamadas de “Consultores”. Ela realizou o investimento com a empresa no mês de julho, mas já lamenta ter conhecido o possível golpe financeiro.

Após o pagamento de alguns rendimentos, o suposto esquema já suspendeu os saques para todos os clientes, a partir da última sexta-feira (24), quando o sócio, sua esposa e família deixaram de responder os clientes.

O desespero da investidora e seus conhecidos que acreditaram no golpe é grande, pois o dinheiro era retido pela Eagle Eyes por seis meses. Ou seja, após investir na empresa, os clientes não poderiam efetuar o saque do investimento, esperando apenas as parcelas dos rendimentos, que eram pagas mensalmente com prazo máximo de seis meses.

Em consulta ao CNPJ da Eagle Eyes Investimentos, é possível ver que a empresa surgiu em maio de 2021, com sócio apenas Jonas Gomes da Silva, o “Pastor do Bitcoin”. A reportagem tentou contato com o telefone do cadastro da empresa, mas não obteve sucesso, com os clientes dando o dono já como sumido.

“Os consultores estão desesperado, porque ele era o dono, e fugiu com o dinheiro de todo mundo”.

Pastor do Bitcoin com esposa
“Pastor do Bitcoin” com esposa/ Reprodução

Foi procurado também Matheus Silva dos Santos, que era o contador responsável por efetuar os pagamentos dos rendimentos, cunhado de Jonas, segundo a investidora, mas também não foi possível conversar com ele para obter explicações sobre o que motivou a suspensão de pagamentos aos investidores.

Alguns clientes já procuraram a delegacia de polícia para registrar boletim de ocorrência, mas vários outros se organizam para irem juntos. A Eagle Eyes pode ter captado R$ 10 milhões de cinco mil clientes, sendo mais um possível golpe com uso da imagem do Bitcoin na região de Cabo Frio.

A reportagem do Livecoins entrou em contato com a Polícia Civil do Rio de Janeiro, que está analisando o caso e assim que tivermos uma posição iremos atualizar a matéria com mais informações.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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