Em caso inédito, EUA emite sanções contra mixer de Bitcoin

Previamente, o FBI já havia culpado tal grupo de hackers da Coreia do Norte pelo roubo bilionário. Somado a isso, as sanções ao Blender mostra o interesse dos EUA em combater atividades ilícitas no setor de criptomoedas.

O Departamento do Tesouro dos EUA emitiu sanções a um mixer de Bitcoin nesta sexta-feira (6), o caso é inédito. Como o próprio nome sugere, um mixer, ou misturador em português, possui a função de misturar moedas, aumentando a fungibilidade das mesmas.

Como exemplo, devido à transparência da blockchain, é possível rastrear tanto a origem quanto o destino das moedas. Entretanto, os chamados mixers embaralham transações, a ponto de impossibilitar, ou pelo menos dificultar, tal rastreabilidade.

Embora não exista nada de errado em buscar mais privacidade, muitos criminosos usam estas ferramentas para esconder as origens de suas fortunas. Sem surpresa, a sanção dos EUA a um mixer está ligado ao processamento de fundos de um hack.

Mixer sancionado foi usado após hack de R$ 3 bilhões

Segundo nota do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) do Departamento do Tesouro americano, o mixer Blender (Blender.io) foi usado pelo Grupo Lazarus para processar parte do hack equivalente a R$ 3 bilhões sofrido pela Ronin, projeto ligado ao jogo Axie Infinity.

Destes R$ 3 bilhões, a nota afirma que R$ 103 milhões (US$ 20,5 mi) passaram por tal mixer. Apesar de oferecer privacidade após o embaralhamento, a transferência dos fundos até o Blender é de fácil identificação.

“Hoje, pela primeira vez, o Tesouro está sancionando um mixer de moeda virtual.”

“Os mixers de moeda virtual que auxiliam transações ilícitas representam uma ameaça aos interesses de segurança nacional dos EUA”, disse Brian E. Nelson, subsecretário do Tesouro americano. “Estamos tomando medidas contra atividades financeiras ilícitas da Coreia do Norte e não permitiremos que roubos patrocinados pelo Estado e seus facilitadores de lavagem de dinheiro fiquem sem resposta”.

Previamente, o FBI já havia culpado tal grupo de hackers da Coreia do Norte pelo roubo bilionário. Somado a isso, as sanções ao Blender mostra o interesse dos EUA em combater atividades ilícitas no setor de criptomoedas.

“Facilita indiscriminadamente transações ilícitas”

Descrevendo o Blender, o Tesouro americano afirma que a plataforma não possui, e nem deseja possuir, nenhum controle sobre a origem dos fundos processados pela mesma. Destacando que US$ 500 milhões (R$ 2,5 bi) já passaram pelas suas mãos desde sua criação, em 2017.

“O Blender.io (Blender) é um mixer de moeda virtual que opera na blockchain do Bitcoin e facilita indiscriminadamente transações ilícitas, ofuscando sua origem, destino e contrapartes.”

EUA descrevendo como o Blender é usado para lavagem de dinheiro.
EUA descrevendo como o Blender é usado para lavagem de dinheiro. Fonte: Treasury.gov

Sendo assim, os EUA estão acusando o Blender de ter facilitado a lavagem de parte dos R$ 3 bilhões do hack sofrido pela Sky Mavis. Na lista de sanções, o Tesouro também listou 46 endereços ligados ao Blender e outros 12 de Ethereum ligados ao Grupo Lazarus.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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