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Em nova denúncia aceita pela Justiça, MPF diz que Unick Forex movimentou R$ 29 bi

Valor teria sido captado de 1,5 milhão de pessoas

A Justiça aceitou nova denúncia do MPF (Ministério Público Federal) contra a Unick Forex, empresa gaúcha investigada por crimes contra o sistema financeiro e contra a econômica popular. As informações são do Portal do Bitcoin.

De acordo com o órgão, o grupo captou quase R$ 29 bilhões de 1,5 milhão de pessoas até meados de agosto de 2019. Para movimentar a grana, o esquema teria montado, inclusive, uma rede internacional com empresas em outros países, como Inglaterra e Austrália.

A denúncia, que será incluída no processo penal que corre contra a empresa, foi aceita no início deste mês pelo juiz Guilherme Beltrani, da 7ª Vara Federal de Porto Alegre (RS).

Unick Forex tem rede internacional, segundo denúncia

Os integrantes da Unick Forex, segundo a investigação do MPF, atuavam de escritórios em Porto Alegre e no Rio de Janeiro. Nesses locais, eles utilizavam os recursos depositados pelos clientes para comprar criptomoedas e enviá-las para corretoras do exterior que operavam no mercado Forex (foreign exchange).

A Unick teria, inclusive, comprado uma empresa só para atuar no Forex. Por meio dela, o grupo recebeu o valor total de R$ 33,8 milhões entre os meses de fevereiro e abril de 2019, de acordo com o MPF. Nessa empresa, também foram abertas duas contas em companhias com sede em Londres, na Inglaterra.

A primeira conta teria sido aberta Equiti Capital UK Ltda, que atua com trading de moedas e diz ter volume mensal de tranding é de US$ 1 bilhão. Já a outra conta teria sido feita na London Capital Group (LCG).

Uma terceira corretora utilizada pela Unick seria a Pepperstone, na Austrália.

Empresas no exterior eram extensão da Unick Forex

O MPF também informou na denúncia que a Golden Stripe Corp e Iland Experience LLC, empresas da Unick Forex no exterior, eram a extensão do esquema e que foi por meio delas que as atividades de oferta e negociação eram realizadas.

Essas duas empresas, conforme noticiou o Livecoins, eram administradas por Paulo Sérgio Kroeff, que, segundo a Justiça, seria responsável por “promover e estruturar toda a cadeira de empresas do grupo (…) a fim de possibilitar o desenvolvimento do amplo e complexo esquema criminoso”.

16 empresas foram usadas para lavar dinheiro, diz denúncia

Ainda de acordo com a denúncia, a Unick teria utilizado 16 empresas e um escritório para lavar dinheiro. Só o escritório de advocacia de Fernando Salomon, por exemplo, recebeu créditos de R$ 69.247.575,23 da Urpay Tecnologia em Pagamentos Ltda.

Justiça determina manutenção da prisão de membros da Unick

Além de aceitar a nova acusação do MPF, a Justiça também determinou a manutenção da prisão preventiva do presidente da Unick Forex, Leidimar Lopes, e de outros membros do esquema.

Lopes e os demais integrantes estão detidos na Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan) e na Polícia Federal desde outubro, mês em que a Polícia Federal deflagrou a operação Lamanai.

Vale lembrar que não foi a primeira vez que a Justiça impediu os envolvidos no esquema de deixarem a cadeia. Em dezembro, por exemplo, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu que o presidente da Unick Forex deveria ficar preso porque poderia trazer riscos à investigação.

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Lucas Gabriel Marins
Lucas Gabriel Marins
Jornalista desde 2010. Escreve para Livecoins e UOL. Já foi repórter da Gazeta do Povo e da Agência Estadual de Notícias (AEN).

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