“Estou arrasado e quase chorando”, diz fundador da carteira cripto Ledger ao sofrer linchamento virtual

A controvérsia em torno da Ledger serviu como um momento de aprendizado para a empresa e seus usuários. A situação destacou a importância de uma comunicação clara e educativa sobre os recursos e limitações das carteiras de hardware.

A recente controvérsia envolvendo a Ledger, empresa conhecida por suas carteiras de hardware, abalou não apenas a confiança de seus usuários, mas também a reputação da própria empresa.

Após o lançamento do serviço chamado Ledger Recover, que visava fornecer aos usuários uma opção adicional de recuperação de frase de semente, o feedback negativo e as reações intensas tomaram conta das redes sociais e fóruns relacionados a criptomoedas.

Éric Larchevêque, cofundador da Ledger, expressou sua angústia e tristeza diante da onda de críticas. Ao se deparar com imagens de dispositivos Ledger sendo destruídos, insultos e uma atmosfera carregada de raiva nos fóruns online, Larchevêque compartilhou suas emoções no subreddit CryptoCurrency, confessando-se à beira das lágrimas.

“Que confusão horrível. Estou arrasado por entrar neste subreddit, que criei há nove anos, para ver imagens de dispositivos Ledger queimando, insultos e muita, muita raiva. Estou honestamente à beira das lágrimas.” — disse Larchevêque

Estou à beira das lágrimas

Ele se viu confrontado com a dura realidade de que a reputação da empresa, construída ao longo dos anos, estava agora em jogo.

O serviço Ledger Recover, com um custo mensal de US$ 9,99, foi projetado para dividir a frase de recuperação em três partes criptografadas e confiá-las a três entidades diferentes: Ledger, Coincover e um terceiro provedor.

A recuperação exigiria a prova de identidade por meio de documentos oficiais, como passaporte ou carteira de identidade nacional. No entanto, os usuários expressaram preocupações em relação à centralização e ao potencial de roubo de identidade.

Além disso, havia o temor de uma possível “porta dos fundos” que poderia comprometer a segurança mesmo para aqueles que optassem por não usar o serviço.

As reações dos usuários foram intensas. Alguns expressaram sua raiva nas redes sociais, destruindo fisicamente seus dispositivos Ledger como forma de protesto.

Outros declararam que a reputação da empresa havia sido irremediavelmente danificada, referindo-se às carteiras como pesos de papel devido à introdução do novo serviço.

A situação afetou Larchevêque profundamente, que se sentiu desolado com a reação dos usuários, considerando o tempo e esforço que ele havia dedicado à empresa ao longo dos anos.

“Tanta raiva, tanto ódio e também tanta insanidade.”

Como cofundador da Ledger, Larchevêque compartilhou suas reflexões sobre o incidente e reconheceu que a crise enfrentada era principalmente relacionada à comunicação e relações públicas.

Ele enfatizou que a dificuldade de explicar o modelo de segurança para uma base de usuários cada vez mais diversificada e menos experiente havia contribuído para a confusão e indignação generalizada. Larchevêque admitiu que, como ex-CEO, talvez não tenha sido incisivo o suficiente ao explicar o modelo de segurança da empresa.

No entanto, ele destacou que a reação negativa também revelou uma oportunidade para educar os usuários sobre as nuances das carteiras de hardware.

O tweet mencionado anteriormente, que afirmava que uma atualização de firmware não poderia extrair a semente do Secure Element, criou uma falsa sensação de confiança absoluta nos dispositivos Ledger.

Larchevêque explicou que, na realidade, é necessário depositar uma quantidade mínima de confiança na Ledger para utilizar seus produtos.

Linchamento virtual

Larchevêque reconheceu que a indignação dos usuários tem dois lados. Por um lado, muitos estavam mal informados sobre o modelo de segurança da Ledger, e ele expressou empatia por sua frustração.

Por outro lado, ele também identificou um grupo que se deixou levar por um “ódio coletivo”, espalhando teorias conspiratórias sobre uma suposta porta dos fundos. Ele enfatizou a importância de compreender plenamente a situação antes de se deixar levar pelas emoções e participar de um linchamento virtual injusto.

Em resposta às preocupações levantadas, um porta-voz da Ledger confirmou que, para que a frase inicial seja extraída durante o processo de recuperação do Ledger, é necessário assinar uma transação específica.

Caso contrário, a empresa não teria acesso à frase inicial. Larchevêque reiterou que a Ledger continua segura, sem portas dos fundos, e afirmou categoricamente que o Ledger Recover não é uma conspiração.

Ele enfatizou que ninguém seria obrigado a usar o serviço de recuperação e que o código de recuperação no firmware não representa uma ameaça à segurança.

A controvérsia em torno da Ledger serviu como um momento de aprendizado para a empresa e seus usuários. A situação destacou a importância de uma comunicação clara e educativa sobre os recursos e limitações das carteiras de hardware.

Larchevêque expressou sua determinação em fornecer informações precisas e transparentes aos usuários, buscando reconstruir a confiança perdida.

Embora a reputação da Ledger possa ter sido abalada temporariamente, a empresa agora tem a oportunidade de reconstruir sua imagem com base no aprendizado obtido com essa experiência desafiadora.

A segurança e a confiança dos usuários continuam sendo prioridades e guiarão a empresa em seus esforços futuros para fornecer soluções seguras e confiáveis para o armazenamento de criptomoedas.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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