‘Estudiosos’ dizem que Bitcoin gasta mais energia do que vacas

Apesar da desinformação compartilhada pelos "estudiosos" dos Estados Unidos, a grande maioria dos mineradores de bitcoin usam energia verde, tornado a mineração da moeda digital uma das mais sustentáveis do mundo.

Com base em sua participação no mercado de criptomoedas, o Bitcoin causa mais danos ao meio ambiente que a produção de carne bovina e quase tanto dano quanto a produção de  petróleo, disseram pesquisadores dos Estados Unidos.

O estudo feito em três frentes sugere que o Bitcoin é potencialmente insustentável e pode ter repercussões sociais e ambientais desastrosas no futuro.

De 2016 a 2021, as emissões de gases de efeito estufa equivalentes a CO2 para o Bitcoin passaram de menos de uma tonelada por moeda para 113 toneladas por moeda.

Cada Bitcoin minerado em 2021 resultou em pelo menos 11 mil dólares em danos climáticos, segundo o estudo, totalizando quase US $ 4 bilhões.

Para colocar isso em perspectiva, os pesquisadores compararam a mineração de moeda digital a outras atividades que consomem muita energia.

O Bitcoin é uma indústria multibilionária e, durante o período de cinco anos, o estudo descobriu que seus danos climáticos atingiram em média 35% de seu valor de mercado.

Então isso significa que se você pegar um dólar de Bitcoin, cerca de 35 centavos desse dólar são danos climáticos.

Bitcoin gasta mais energia do que vacas

Segundo os ‘estudiosos’, os danos ambientais causados pela mineração de Bitcoin nos últimos cinco anos atingiram em média 35% de seu valor de mercado, chegando a 82% em 2020.

O valor, segundo disseram, é pior que o da produção de carne bovina, que causa danos equivalentes a 33% de seu valor total de mercado. Ou do gás natural, cujo dano chega a 46%.

Segundo os ‘pesquisadores’, que decidiram omitir o quanto de energia renovável o bitcoin usa, a moeda digital consome mais energia em sua mineração que a do ouro, cujo impacto climático é de 4% de seu valor de mercado, graças ao seu enorme valor total que supera o impacto ambiental da mineração.

“Juntos, os resultados representam um conjunto de bandeiras vermelhas para qualquer consideração como um setor sustentável (investimento ou não)”, disseram no artigo publicado, acrescentando que, apesar de o Bitcoin ser chamado de ouro digital, ele mais parece um petróleo.

“Enquanto os entusiastas chamam o bitcoin de ‘ouro digital’, do ponto de vista de danos climáticos, ele está mais para um ‘petróleo digital’.”

Michael Saylor rebate

Apesar da desinformação compartilhada pelos “estudiosos” dos Estados Unidos, a grande maioria dos mineradores de bitcoin usam energia verde, tornado a mineração da moeda digital uma das mais sustentáveis do mundo.

A mineração de Bitcoin baseada em prova de trabalho (PoW) é o uso de energia mais lucrativo do mundo, disse o CEO da MicroStrategy, Michael Saylor, em uma carta aberta publicada para desmentir falsas afirmações sobre a criptomoeda.

Ao publicar a carta no início de setembro, Saylor disse estar motivado a “compartilhar a verdade” sobre o relacionamento do Bitcoin com o meio ambiente, dada a “desinformação propagada” sobre isso ultimamente.

Saylor argumentou que a contribuição do Bitcoin para as mudanças climáticas ainda é “um erro de arredondamento” no cenário global.

“99,92% das emissões de carbono no mundo são devidas a usos industriais de energia além da mineração de bitcoin”, disse ele. “A mineração de Bitcoin não é o problema nem a solução para o desafio de reduzir as emissões de carbono.”

Uma razão para as baixas emissões de carbono do Bitcoin é sua composição de energia altamente renovável.

Uma pesquisa descobriu que o mix de energia da indústria de mineração de bitcoin é 60% verde – um número que está aumentando ao longo do tempo. Em comparação, o mix geral de energia verde no mundo é de aproximadamente 21,7%.

O executivo também explicou como a mineração de Bitcoin oferece benefícios objetivos aos sistemas ambientais e de energia. As mineradoras podem fornecer uma carga flexível às redes de energia com fontes renováveis, como energia eólica e solar.

Isso ajudará essas redes a permanecerem lucrativas e “financiar a construção de capacidade adicional necessária para alimentar com responsabilidade os principais centros industriais/populacionais”.

Saylor explicou em sua carta aberta que a mineração de bitcoin é “o uso industrial mais eficiente e mais limpo da eletricidade”. Na carta endereçada a ‘jornalistas, investidores, reguladores e qualquer outra pessoa interessada em Bitcoin e no meio ambiente’, Saylor apontou sete fatos sobre o uso de energia do Bitcoin.

Saylor também observa que a eficiência energética da mineração de Bitcoin melhorou 46% ano a ano.

“Nenhuma outra indústria chega perto (considere aviões, trens, automóveis, saúde, bancos, construção, metais preciosos, etc.). A rede Bitcoin continua se tornando mais eficiente em termos de energia devido à melhoria implacável nos semicondutores (SHA-256 ASICs) que alimentam os centros de mineração de bitcoin, combinados com a redução pela metade das recompensas de mineração de Bitcoin a cada quatro anos incorporada ao protocolo. Isso resulta em uma melhoria consistente de 18 a 36% ano após ano na eficiência energética.”

 

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Vinicius Golveia
Vinicius Golveia
Formado em sistema da informação pela PUC-RJ e Pós-graduado em Jornalismo Digital. Conhece o Bitcoin desde 2014, atuando como desenvolvedor de blockchain em diversas empresas. Atualmente escreve para o Livecoins sobre assuntos de criptomoedas. Gosta de cultura POP / Geek. Se não estiver escrevendo notícias relevantes, provavelmente está assistindo alguma série.

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