Parte da alta de 70% em 20 dias pode ser atribuída à fake news do London Hard Fork. Ao contrário do que se imagina, os investidores institucionais, os fundos de investimento e gestores de fortunas, não fazem ideia do que é uma criptomoeda.
Pode parecer absurdo que um gestor de fundo com patrimônio superior a R$ 200 milhões não tenha conhecimento do ativo que está investindo, mas é a mais pura verdade.
Por que compraram Ethereum?
Por conta da recomendação de compra de alguns bancos de investimento, além de declarações favoráveis de alguns investidores do setor. Tudo começou com Mike Novogratz, um dos mais antigos investidores de cripto, oriundo do mercado tradicional.
O CEO da Galaxy Digital foi entrevistado em 13 de maio, onde disse “tiro o chapéu pros fãs de Ether.” Mike acrescentou: “Acredito que vimos algo realmente especial nos últimos meses… stablecoins, finanças descentralizadas, e NFTs.”
O repórter perguntou até que preço poderia chegar, e Novogratz respondeu: “não sei, é perigoso fazer previsões. Pode chegar em $5.000? Lógico que pode.”
O famoso “telefone sem fio”
Em seguida, tivemos JP Morgan, no final de junho, afirmando que blockchains “com mais eficiência do uso da energia” estavam ganhando popularidade através do staking.
O relatório estimava que o Ethereum 2.0 iria elevar essa indústria para um rendimento de U$ 20 bilhões anual.
Em seguida, tivemos o banco Goldman Sachs soltando um relatório no qual afirmava que o Ether poderia ultrapassar o valor do Bitcoin, por ter mais “casos de uso”, citando o DeFi e NFT, além de ter “transações mais rápidas”.
Adivinhem quem foi citado? Mike Novogratz.
Afinal, o Ethereum virou deflacionário?
Não. Segundo dados do site ultrasound.money, foram “queimados” 11.034 ETH nas últimas 24 horas. Já a produção de novas moedas como recompensa para os mineradores é de 2 ETH por bloco, totalizando 13.200 novos ETH por dia.
Sem dúvidas, o ritmo de emissão foi reduzido, mas não o suficiente para tornar a moeda deflacionária. De acordo com o site, seria necessário um GAS médio de 150 gwei para “zerar” a emissão, o que só não ocorre há quase três meses.
Quando o Ethereum muda a emissão?
A “bomba de dificuldade” foi adiada para dezembro de 2021, quando a mineração Prova de Trabalho deixará de funcionar.
A partir desse momento, acaba a premiação de 2 ETH por cada bloco minerado, mas, em compensação, a tendência é que o custo de transação seja drasticamente reduzido por conta do “sharding”, o processamento paralelo.
Nesse caso, se o GAS médio ficar em 20 Gwei ou menor, a moeda continuará sendo levemente inflacionária. Ok, isso depende de quanto ETH estiver depositado no staking, mas é por volta disso.
Enfim, é fake news, não caia nessa!
