Armadilha com Bitcoin, mineração em nuvem
O Departamento de Justiça dos EUA informou nesta quinta-feira (13) que Sergei Potapenko e Ivan Turõgin se declararam culpados de operar um esquema de pirâmide que se passava por uma empresa de mineração em nuvem de Bitcoin chamada HashFlare.
Segundo as autoridades, a dupla de origem estoniana arrecadou US$ 577 milhões (R$ 3,3 bilhões) com a venda de contratos de mineração. No entanto, a empresa não tinha o maquinário necessário para atender todos os clientes e os dados de lucros apresentados no site eram falsos.
Em outras palavras, as vítimas acreditavam que estavam recebendo lucros da mineração, mas, quando pagos, o dinheiro saia diretamente do bolso de novas vítimas.
Embora a mineração de Bitcoin seja um setor altamente sério, dominado por empresas listadas em bolsa, golpistas fazem esquemas de pirâmide que se passam por mineradoras em nuvem há mais de uma década enquanto se aproveitam da falta de conhecimento de suas vítimas.
No caso da HashFlare, a pirâmide operou por cerca de quatro anos, entre 2015 e 2019, fazendo vítimas em todo o mundo.
No total, as autoridades americanas apontam que Sergei Potapenko e Ivan Turõgin, ambos com 40 anos, embolsaram US$ 577 milhões (R$ 3,3 bilhões) com o esquema.
Além de se declararem culpados por conspiração para cometer fraude, cuja pena pode chegar a 20 anos de prisão, a dupla também concordou em entregar bens e ativos avaliados em mais de US$ 400 milhões (R$ 2,3 bilhões) às autoridades.
O dinheiro foi usado na compra de imóveis e carros de luxo, bem como para investir em criptomoedas.
A sentença dos estonianos está marcada para sair no dia 8 de maio e o DoJ agradeceu o apoio das autoridades estonianas que ajudaram com a extradição dos dois golpistas.
Em outra página, o FBI está tentando reunir dados sobre vítimas para reembolsá-las. Além do esquema de pirâmide da HashFlare, o texto nota que Turõgin e Potapenko também operaram outro golpe chamado Polybius.
Segundo as autoridades, a dupla arrecadou US$ 31 milhões para lançar a criptomoeda Polybius (PLBT). Apesar da promessa de que os fundos seriam usados para criar um banco digital, o governo americano aponta que a dupla usou o dinheiro em benefício próprio.
Por fim, o caso mostra que investidores devem ter cuidado com ofertas de investimento, especialmente se for em uma área onde se tenha pouco conhecimento. Na dúvida, é melhor ficar de fora.
Comentários