Governo americano vai vender R$ 639 milhões em bitcoins apreendidos da Silk Road

O governo dos Estados Unidos é um dos maiores detentores de bitcoin do mundo e tem realizado diversas vendas e leilões de moedas confiscados ao longo dos anos, como parte de suas ações contra atividades ilícitas relacionadas a criptomoedas.

O governo dos Estados Unidos anunciou nesta quinta-feira (25) que venderá US$ 130 milhões em Bitcoin (BTC) apreendidos da Silk Road, o famoso mercado digital ilegal conhecido por lavagem de dinheiro e comércio de drogas.

A venda foi autorizada pela justiça americana como resultado de um julgamento realizado em agosto do ano passado. A autorização de venda só foi efetivada em dezembro de 2023, conforme revelam documentos do governo.

De acordo com o comunicado da justiça dos EUA, dois lotes de bitcoin serão vendidos, um com 2.800 bitcoins por US$ 129 milhões, e outro menor de 58 bitcoins por cerca de US$ 3 milhões.

A justiça americana também afirma que os bitcoins em questão estão ligados a Ryan Farace, condenado no ano passado a 4,5 anos de prisão sob a acusação de conspiração e lavagem de dinheiro.

Ele e seu pai foram considerados culpados de usar bitcoin na lavagem de dinheiro do tráfico de drogas.

“De acordo com suas confissões de culpa e outros documentos judiciais, em novembro de 2018, Ryan Farace foi condenado no Tribunal Distrital dos EUA em Maryland por um esquema para fabricar e distribuir [Xanax] em troca de Bitcoin por meio de vendas em mercados da darknet”, disse o Departamento de Justiça.

Governo dos EUA pode despejar R$ 6 bilhões em Bitcoin no mercado

O governo dos Estados Unidos é um dos maiores detentores de bitcoin do mundo e tem realizado diversas vendas e leilões de moedas confiscadas ao longo dos anos, como parte de suas ações contra atividades ilícitas relacionadas a criptomoedas.

Uma das vendas mais notáveis ocorreu em março de 2023, quando o governo americano vendeu 9.861 Bitcoins por um total de US$ 215,5 milhões, equivalente à cerca de R$ 1 bilhão.

A venda foi relacionada ao hack do Silk Road em 2012, e os bitcoins vendidos faziam parte de um lote maior de 51.351 bitcoins confiscados. O governo dos EUA ainda possui cerca de 41.490 bitcoins desse lote, que também estão programados para serem vendidos, totalizando um valor adicional de aproximadamente R$ 6 bilhões.

Em outra movimentação, o governo americano transferiu cerca de 8.200 bitcoins para novos endereços, totalizando um valor aproximado de R$ 1,2 bilhão. Essas transferências estavam ligadas a apreensões passadas e indicavam uma possível preparação para mais vendas de Bitcoin no mercado.

Em fevereiro de 2020, o governo dos EUA realizou um leilão de 4.000 bitcoins, divididos em lotes, como parte de um confisco administrativo. Esse foi o maior leilão de bitcoins desde 2018, envolvendo uma quantia total de 37 milhões de dólares.

Nos últimos anos, vários leilões semelhantes foram realizados, incluindo a venda de 3.800 bitcoins em fevereiro de 2018 e mais 600 em outubro do mesmo ano.

Vale notar que o governo americano deixou de aproveitar a alta do Bitcoin em quase todas as vendas. Na primeira, o governo vendeu um lote por US$ 215,5 milhões (R$ 1 bilhão) e, pouco tempo depois, os bitcoins estavam avaliados em US$ 290,7 milhões (R$ 1,44 bilhão).

Alguns até brincaram com o fato de que o governo trocou um ativo escasso por outro que eles podem imprimir infinitamente.

Por fim, embora o governo dos EUA continue vendendo bitcoins apreendidos no passado, ele ainda é um dos maiores detentores da moeda digital, com mais de 200 mil bitcoins nos bolsos, conforme revelam documentos oficiais do governo.

Alguns investidores suspeitam que os EUA tenham interesse em manter tais moedas para si. Afinal, apesar de sua volatilidade, o Bitcoin tem se provado uma boa reserva de valor desde que foi criado e pode ser uma boa alternativa ao ouro.

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Vinicius Golveia
Vinicius Golveia
Formado em sistema da informação pela PUC-RJ e Pós-graduado em Jornalismo Digital. Conhece o Bitcoin desde 2014, atuando como desenvolvedor de blockchain em diversas empresas. Atualmente escreve para o Livecoins sobre assuntos de criptomoedas. Gosta de cultura POP / Geek. Se não estiver escrevendo notícias relevantes, provavelmente está assistindo alguma série.

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