
Europol afirma que piratas digitais estão migrando para criptomoedas
A Europol (Agência da União Europeia para a Cooperação Policial) divulgou nesta quarta-feira (19) detalhes sobre uma operação voltada contra a pirataria digital. Segundo o texto, os agentes rastrearam mais de R$ 290 milhões em criptomoedas ligados a este crime.
Além disso, 69 sites foram identificados e alvos de ações, enquanto outros 44 foram investigados. Completando a lista estão 25 serviços ilegais de IPTV.
No ano passado, por exemplo, a Alemanha anunciou o confisco de 50.000 bitcoins (US$ 4,6 bilhões/R$ 24,5 bilhões na cotação atual) de um único site de pirataria de filmes. Portanto, isso justifica o trabalho das autoridades.
Embora serviços de streaming tenham revolucionado o consumo de filmes e séries, muitas pessoas usam serviços piratas mais baratos para entretenimento.
Com base nisso, a Europol se juntou a EUIPO (Propriedade Intelectual da União Europeia) e à Polícia Nacional da Espanha para organizar a “Semana de Patrulha Cibernética de Crimes de Propriedade Intelectual”.
Trinta investigadores participaram da ação usando técnicas avançadas de investigação e ferramentas de ponta para identificar sites de pirataria digital.
O resultado foi a identificação de 69 sites, 25 serviços ilegais de IPTV e investigações sobre outros 44 sites. No entanto, as autoridades não divulgaram os domínios em questão.
“O tráfego combinado dos 69 sites-alvo é estimado em cerca de 11.821.006 visitantes anuais”, destacou a Europol.
“Os investigadores rastrearam criptomoedas avaliadas em aproximadamente USD 55 milhões (mais de R$ 290 milhões) por meio de várias contas associadas a esses serviços.”
Mais de 15 países e organizações privadas participaram da ação.
Dado a identificação de R$ 290 milhões em criptomoedas, a Europol afirmou que o foco da operação foi justamente neste método de pagamento.
“A Semana de Patrulha Cibernética focou na crescente tendência de criminosos deixarem os sistemas de pagamento tradicionais e passarem a utilizar criptomoedas — um método que eles acreditam, de forma equivocada, oferecer maior anonimato — para ofertar seus serviços ilegais.”
O que chama atenção é a estratégia inédita usada pelas autoridades. Isso porque os investigadores usaram criptomoedas para pagar pelos serviços de pirataria em questão, como se fossem um cliente, para assim rastrear outras carteiras dos grupos.
“Eles foram então reportados a parceiros, incluindo grandes corretoras de criptomoedas e empresas especializadas em ferramentas de rastreamento”, informou a Europeia.
Não há informações sobre confiscos. No entanto, agora que estes endereços estão identificados, os piratas devem ter dificuldade em usar essas moedas.
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