O Diretor de Novos Negócios do Mercado Bitcoin (MB), Fabrício Totta, defendeu uma regulamentação das criptomoedas mais precisa, ao comentar sobre o recente ataque hacker contra a Bybit.
Além disso, ele defendeu uma segregação patrimonial em todas as empresas do mercado, uma medida que pode ajudar a mitigar riscos de ataques contra fundos de clientes.
O tema tem sido um dos principais entre os reguladores brasileiros, que após aprovação da Lei 14.478/2022, debatem sobre a inclusão da segregação patrimonial como medida extra que reforça a proteção a investidores.
Com ataque hacker em corretora concorrente, executivo do MB defende segregação patrimonial como proteção a investidores
Fabrício Totta é um dos executivos do mercado de criptomoedas brasileiros com maior renome, a frente da operação do MB há alguns anos, corretora que tem grande volume de negociações diárias.
Assim, ele comentou que o hack da Bybit é o maior roubo da história, superando casos emblemáticos como o “assalto ao Trem Pagador” e o “assalto ao Itaú” em 2011.
Ele reconheceu, contudo, a transparência ajudou muito a Bybit a evitar uma crise ainda maior. Diferente de CZ, que pediu que a Bybit suspendesse saques, Totta declarou que a corretora acertou muito em manter suas atividades, comunicar o mercado e o CEO se apresentar aos investidores.
“Exchanges não são bancos e não quebram por saques em massa. Aliás muita gente boa confunde as coisas na hora de explicar. Se há alguma dúvida quanto à capacidade de honrar saques, isso é um péssimo sinal. Se há segregação patrimonial (como há no MB), os ativos dos clientes estão sempre disponíveis. Assunto super atual e importante no contexto regulatório do nosso país.”
Regulamentação das criptomoedas também pode ajudar a conter riscos de mercado
Citando concorrentes como Coinbase e Kraken, Fabrício lembrou que muitas corretoras já atravessaram processos rigorosos de auditoria, que colaboram com a segurança das plataformas.
Assim, ele disse que quem investe em corretoras como a Bybit, que chegaram a movimentar bilhões diariamente, não sabe se os seus ativos estão seguros, visto que a corretora não passou por auditorias, segundo ele.
Além disso, ele criticou o acesso facilitado a cold wallet da corretora, que acabou deixando mais de 1 bilhão de dólares em Ethereum totalmente expostos.
Por fim, ele entende que a regulamentação, auditorias, segregação patrimonial e governança corporativa podem se unir para segurança de corretoras. A fala do executivo do MB foi realizada publicamente pelo LinkedIn pessoal dele.
“O que podemos aprender com isso? Primeiro, que segurança em cripto vai muito além de tecnologia: é processo, governança e gestão de risco. Segundo, que escolher onde negociar seus ativos existe um olhar que vá além de liquidez e da quantidade de pares disponíveis. Regulamentação, segregação patrimonial, auditorias externas e governança corporativa são peças fundamentais nesse quebra-cabeça.”
Ocorrido na última sexta-feira (21), o ataque contra a Bybit segue sob investigação da corretora e de outras empresas do mercado, em busca de recuperar os valores.
